quinta-feira, 31 de março de 2016

Hoje, dia 31 de março, 2016, segunda Marcha Nacional contra o Golpe de Estado (branco) no Brasil, em defesa da Democracia no país

A quem não leu o outro post da marcha do dia 18 último, vou colocar o link aqui pois não irei me alongar comentando sobre a Marcha nacional de hoje, dia 31 de março de 2016, em defesa da Democracia do país e contra o golpe midiático-político promovido por um gangster que atormenta o país desde que foi eleito Presidente da Câmara em 2015 e sabota o governo federal desde que assumiu, o Eduardo Cunha, do PMDB, parceiro político-carnal do outro golpista do PMDB, o vice Michel Temer.

Eis o link:
Contra a tentativa de novo golpe de estado no Brasil e pela defesa da democracia do país. Marcha nacional hoje, dia 18 de março de 2016


Intelectuais estrangeiros assinam manifesto pela democracia no Brasil
Chomsky gravou vídeo de apoio a Dilma; 100 artistas e intelectuais no Planalto amanhã
Mais de mil intelectuais do mundo já aderiram ao manifesto internacional contra o golpe

A quem estranhar o teor destes posts sobre o golpe porque o blog tem outro tema e "bla bla bla", sinto, mas não ficarei passivo vendo a História acontecer na minha cara, vendo golpistas querendo destruir a democracia no país por conta de uma legião de analfabetos políticos insuflados por uma mídia venal, sem fazer nada pra conter/travar um golpismo sem vergonha aplicado por uma legião de pulhas sem vergonhas que sempre ferraram a vida do povo deste país (da maioria). Lamento pelos "off topics", mas ficar passivo olhando isso ocorrer é ser cúmplice da coisa, e não serei.

Quando esse assunto chato passar (pois de fato essa extrema-direita liberal tresloucada já cansou todo mundo faz tempo com esse rame-rame porque perderam eleição em 2014, mas não param porque a turma que fica "em cima do muro" não diz basta a eles duma vez), com o fim do golpismo, pois se houver golpe haverá resistência (os golpistas não se iludam sobre isso), que o país retorne à racionalidade.

Só lamento o grau de alienação que parte da população vive emergida, num caldo cultural de ódio porque leem muito pouco e não filtram informação que recebem como "bombardeios" na TV (não é normal ver tanta TV ligada na Globo em vários lugares, em consultórios médicos é direto uma TV ligada na Globo, é algo surreal, absurdo, nem certas ditaduras têm um controle psicológico tão grande de parte do povo como essa emissora tem).

À turma que foi pra "micareta" (carnaval fora de época) no dia 13 de março, organizada pela Rede Globo (cabeça do golpismo), taí a "luta contra corrupção" de vocês o que de fato era, esses pemedebistas, mais toda uma ala do PSDB usou vocês como bucha de canhão, junto com a FIESP (a Federação da elite entreguista de São Paulo, golpista em 1964, que plagia até pato holandês, num simbolismo ridículo, infantil) e a própria Rede Globo seguida pelo resto da mídia vendida (oligopolizada) que panfleta e incita ódio pra população em vez de informar seriamente (jornalisticamente) o que se passa no país.

Deixo aqui abaixo as mensagens de alguns brasileiros denunciando o golpe em curso, mascarado de "impeachment", em vários idiomas pro pessoal no exterior saber o que está ocorrendo no país já que boa parte da mídia estrangeira não noticia o que de fato se passa no país e alguns só retransmitem "notícias" (panfletos, distorções) da Globo e de jornais afinados com esta emissora.

Boa parte do mundo (ou a parte politizada e democrática dos demais países), a essa altura, já sabe do que anda se passando no país (do intento golpista). Já há muito apoio e denúncia ao golpe fora do Brasil, mas quanto mais gente souber e denunciar este golpismo fora, melhor, pois fura a blindagem da Globo e dos golpistas dentro do Brasil. Eles quiserem mexer com o povo achando que dar golpe em pleno 2016, com internet, seria fácil, e que o povo não nutre apreço com a democracia, mas os golpistas estão sentindo o gosto amargo da "brincadeira" suja a qual se lançaram e já entraram pra História por essa tentativa grotesca de rebaixar o país ao status de "República de Bananas" de novo. E em defesa do pré-Sal brasileiro, da soberania nacional colocada em risco por esses golpistas inconsequentes.

Vamos todos pra Marcha, que também ocorre em vários países. Aos brasileiros fora, procurem a embaixada e informações sobre concentração nessas capitais de outros países pelo Facebook e sites da Frente Brasil Popular ou pela web. Londres, Paris, Berlim, Nova York etc. O link pros vídeos estão no site Viomundo, do Azenha, quem quiser mandar vídeo neste estilo, tem email no site, link pra matéria:
http://www.viomundo.com.br/denuncias/brasileiros-denunciam-ao-mundo-o-golpe-de-estado-no-brasil-veja-os-videos.html

In German: *Psychologe prangert Putschversuch in Brasilien*


In English: *Brazilian's journalist denounces a coup against democracy in Brazil*


In Portuguese: *Jornalista denuncia golpe contra a democracia no Brasil*


In Italian: *Medico brasiliano denuncia colpo di stato in Brasile*


In Spanish: *Artista denuncia golpe en contra la democracia brasileña*


In French: *Artiste dénonce coup d'Etat contre la démocratie au Brésil*

segunda-feira, 21 de março de 2016

Planejando o extermínio e a necessidade do trabalho forçado

Nos territórios orientais ocupados, a Wehrmacht, a SS e a administração civil tiveram complexas relações de cooperação e tensão. Eles cooperaram em ações de matar, mas também tiveram conflitos acerca do quanto do trabalho judaico seria preservado em cada fase do genocídio. Abaixo estão duas citações contemporâneos de figuras alemãs de destaque na região da Bielorrússia que fornecem insights sobre esses processos.

O primeiro extrato vem do KdS de Minsk, Strauch, que já fora discutido nesses posts. Em abril, entre 08-10 de 1943, Strauch participou de uma reunião do conselho gebiedscommissies (comitê de área) em Minsk em que ele fez a seguinte declaração:
Quando a administração civil chegou já encontrou empreendimentos econômicos operados pela Wehrmacht, auxiliados por judeus. Numa altura em que os bielorrussos queriam matar os judeus, a Wehrmacht os explorava e preservava. Dessa forma os judeus chegaram a posições-chave e é difícil hoje removê-los completamente, porque as empresas são susceptíveis de ser destruídas, algo que não podemos nos permitir. Eu sou da opinião de que podemos dizer com confiança que dos 150.000, 130.000 já desapareceram. 22.000 ainda estão vivos na área da Gebietskommissariat [fonte: YV TR-10/808, citado por Cholawsky, pág.64].
Strauch sugeriu que a metade (11,000) poderia ser removida sem causar dificuldades indevidas:
Por isso, quero solicitar de você que, ao menos, o judeu desapareça a partir do lugar onde ele seja supérfluo. Não podemos concordar com mulheres judias polindo sapatos ... Vamos cortar o número pela metade sem causar dificuldades econômicas.
Strauch ficou frustrado pelo fato de que os judeus não poderiam ser removidos completamente mas ele ainda se sentiu confiante o suficiente para solicitar uma redução de 50% numa população que já tinha sido reduzida de 150.000 para 22.000.

Esta vontade de superar as restrições de trabalho forçado (escravo) foi também compartilhada por alguns líderes civis, que estavam sob pressão para reduzir as pressões sobre a oferta de alimentos. Houve um equilíbrio delicado entre ver os judeus como trabalhadores essenciais e os ver como comedores inúteis; e os administradores que eram mais alinhados fanaticamente ao dogma antissemita nazista estavam inclinados para finalmente chegar à última perspectiva. Isso é mais evidente no relatório escrito pelo Gebeitskommissar para Slonim, Gerhard Erren, em 25 de janeiro de 1942, onde declarou que:
[...] Após a minha chegada aqui, havia cerca de 25.000 judeus na área de Slonim, 16.000 na própria cidade, tornando-se mais de dois terços da população do total da cidade. Não foi possível a criação de um gueto, como nem arame farpado ou guardas de mão de obra estavam disponíveis. Então, imediatamente, comentei os preparativos para uma ação em larga escala. Primeiramente toda propriedade foi expropriada e todos os edifícios oficiais alemães, incluindo os bairros da Wehrmacht, foram equipados com o mobiliário e equipamentos que haviam sido disponibilizados ... os judeus foram então registrado com precisão de acordo com número, idade e profissão e todos os artesãos e trabalhadores com qualificações foram escolhidos e foram dados passes e alojamento separados para distingui-los dos outros judeus. A ação realizada pelo SD em 13 de Novembro livrou-me das bocas desnecessárias para alimentar. Os cerca de 7.000 judeus agora presentes na cidade de Slonim foram todos alocados em postos de trabalho. Eles estão trabalhando voluntariamente por causa do medo constante da morte. No início do próximo ano, eles serão rigorosamente verificados e classificados para uma redução adicional [...]

[...] O melhor dos trabalhadores qualificados entre os judeus serão obrigados a repassar suas habilidades para aprendizes inteligentes em minhas faculdades de artesanato, então os judeus finalmente serão dispensáveis no setor setor de comércio e ofícios especializados e poderão ser eliminados.
Erren não só viu a necessidade do trabalho judaico como temporária, ele tomou medidas proativas para assegurar que não-judeus seriam treinados no artesanato atualmente ocupados por judeus, "de modo que os judeus finalmente serão dispensáveis nos ofícios especializados e setor de comércio e poderão ser eliminados."

No caso de Slonim, portanto, o momento dos atos genocidas foi cuidadosamente planejado, e poderia ser implementado sem a resistência, porque a administração civil e a SS estavam de acordo. No caso de Minsk, pelo contrário, a SS (Strauch) teve de negociar com a administração civil (Kube), e a Wehrmacht, que era o principal empregador da comunidade judaica na região, e assim o ritmo da matança foi mais lento.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2009/04/extermination-planning-and-forced.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Extermination Planning and Forced Labour Needs
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 18 de março de 2016

Contra a tentativa de novo golpe de estado no Brasil e pela defesa da democracia do país. Marcha nacional hoje, dia 18 de março de 2016

Vou deixar dois links aqui pra lerem, deste blog (https://alessandreargolo.wordpress.com/) já que não tive cabeça (paciência) pra descrever a nojeira dessa tentativa de golpe de Estado urdido pela Rede Globo, esse juiz Moro e aparatos do Estado ligados ao PSDB (na Polícia Federal e no Ministério Público) tramando contra o Estado pra fazer uma troca de governo e instauração de um Estado policial no país, ou em outros termos: uma ditadura judicial-midiático ou Estado autoritário com "carapaça" (aparência) de "democracia" onde quem se opor ao messianismo (atitude religiosa e fanática) desse juiz e dessa emissora de TV pode ser perseguido e não ter seus direitos constitucionais respeitados.

Leiam os links:
O golpe em curso deve ser confrontado e derrotado
https://alessandreargolo.wordpress.com/2016/03/17/o-golpe-em-curso-deve-ser-confrontado-e-derrotado/

Sérgio Moro tem que ser preso imediatamente
https://alessandreargolo.wordpress.com/2016/03/17/sergio-moro-tem-que-ser-preso-imediatamente/

Esses grupos também pretendem a implementação de um neoliberalismo radical (mais do que o da era FHC), entrega do pré-Sal a petroleiras estrangeiras e privatização da Petrobras, liquidar o Brasil nos BRICS e pôr abaixo a soberania e autonomia do país, além da entrega de outras divisas do país a grupos estrangeiros e privados.

A meta desses grupos conspiradores é destruir qualquer tentativa de um projeto soberano de país, com viés nacional (desenvolvimentista), a construção de um Estado de bem-estar social sólido no Brasil, aprofundamento da democracia do país e criarem um retrocesso social pra que o país volte ao patamar de antes de 2003.

À frente da "troça" está a elite (classe dominante) entreguista de São Paulo, que expressa sua força na FIESP (que se enfeitou para o golpe) com sua vassalagem nos demais estados (as "elites" subalternas a ela, submissas e igualmente entreguistas e anti-nacionais alinhadas a esta elite que promove retrocessos no país desde o suicídio de Vargas ou antes dele com a "República Velha" oligárquica e viciada), apoiados por uma classe média alta mesquinha, sem noção de pátria ou nação, sectária e segregadora, embora vivam agarrados à bandeira do país (apropriação indevida) e usarem a camisa da CBF (da seleção brasileira de futebol) pra cobrir o seu vazio existencial ou mesmo idiotice.

Curioso esse apego com a camisa da CBF depois dos 7x1 na Copa em que boa parte desse bando de golpistas contribuiu pro clima ruim da mesma com o "Não vai ter Copa". São uma gente desprovida de qualquer escrúpulo ou caráter, além do cinismo orgulhoso.

A micareta de domingo foi puxada fortemente por esses bandos na Av. Paulista pra gerarem imagens pra Rede Globo editar e manipular e inflar números pra deixar o resto da população 'acossada' com "medo" da fúria (fazem muito barulho) dessa minoria que causa impressão de maioria quando colocados (comparecem em peso) numa avenida ou em bloco. Nacionalmente esse evento continua sendo uma coisa puxada pela elite de São Paulo e não algo nacional, como foi o golpe de 1964 também.

As Forças Armadas do país devem defender a integridade do governo eleito democraticamente em 2014 ao lado da presidente eleita (como prevê a Constituição do país) e se colocar contra esses agentes golpistas tentando destruir a democracia e destruir a soberania do país criando um clima de submissão política a potências que historicamente exploram o Brasil há décadas. É uma questão de soberania, polarizações da Guerra Fria não fazem mais sentido, só pro "populacho" raivoso e ignorante dessa classe média mesquinha e servil.

Só lembrando que as Forças Armadas foram humilhadas durante os dois governos FHC (PSDB), o sociólogo vendilhão (como eu o chamo), onde mal se tinha dinheiro pra suprir comida em quartéis, com as FA todas sucateadas e o sociólogo submisso ainda assinou o tratado de Não-Proliferação nuclear colocando o país numa condição de vulnerabilidade e submissão a outros países. Um país continental não pode se defender de agressão externa por conta de um presidente salafrário (FHC) que agiu contra a soberania do país.

A quem achar estranho o teor das descrições acima sobre nação e nacionalismo (achar os termos fortes), eu tentarei explicar em outro post (eu já devia ter feito isso) o porquê disso.

Mas resumidamente: a extrema-direita na Europa tem um caráter ultranacionalista, discussão sobre nacionalismo naquele continente giram em torno do temor de ditaduras, xenofobia (genocídio) etc (III Reich e afins). No Brasil os grupos de extrema-direita em sua maioria são liberais e odeiam o próprio país (como no resto da América Latina, a mentalidade desses bandos é parecida, são orgulhosamente servis e raivosos), eles querem criar um pacto de servidão com outras potências em troca da mordomia de 10% da população em detrimento da ampla maioria. Por isso o ódio doentio dessa minoria da população com qualquer projeto de desenvolvimento progressista (democrático) do país, com um viés até racista/segregador por boa parte deles.

O judiciário brasileiro não deve se colocar acima dos outros poderes da República. Se querem fazer política, candidatem-se, criem partidos, lancem ideias, renovem a política, não golpes. Se alguém não gosta do que aí está, crie um partido e faça política, não golpismo bananeiro.

Outra falácia forte que rola desde 2013, pela estupidez de parte da população (ignorância) é a ideia de Democracia sem partidos.

Nenhuma Democracia existe sem partidos, quem defende um país sem partidos está defendendo um primitivismo político e sem debate político como o que pregam esses irracionais de extrema-direita solapando o Estado democrático com base em chavões batidos da Guerra Fria com a retórica falso moralista fanática "udenista" ("combate a comunismo", "corrupção" e baboseiras do tipo, retórica de retardados). Já se viu esse filme antes e o resultado foi um desastre: 21 anos de ditadura e todo retrocesso possível.

A Guerra Fria acabou em 1991, o mundo atual é outro, não tem sentido esse tipo de discurso em pleno século XXI no Brasil e em vários países.

A Globo insuflou multidão para confronto público aberto na divulgação da nomeação do Lula como Ministro da Casa-Civil. Pessoas poderiam ter morrido por conta da insanidade desta emissora. Eu assisti as imagens da emissora (no canal fechado Globonews) onde insuflaram uma massa de gente raivosa e fanática que cercou o Palácio do Planalto (sede do governo brasileiro) pedindo renúncia pra presidente da República, narrativa tendenciosa e irresponsável. Ninguém me contou, eu assisti (a contragosto já que essa emissora vem pregando ódio diariamente pra insuflar irracionais nas ruas, principalmente em São Paulo com conivência do governo do Estado de São Paulo em frente ao prédio da FIESP, os mesmos grupos do golpe de 1964).

Em outro país já teriam partido pra repressão a esse tipo de bando, há muito tempo. Eles flertam com os limites da tolerância numa Democracia.

A própria micareta (carnaval fora de época) na Av. Paulista domingo passado foi também conduzida por esta emissora de TV, que é uma concessão pública do Estado e não pode inflar grupos contra a própria democracia e derrubada de governos eleitos democraticamente (nas urnas).

Este gesto é Conspiração contra o Estado, contra a democracia do país e crime contra a República.

Que o mundo saiba do que se passa aqui já que parte da mídia estrangeira está boicotando as informações sobre o país, principalmente os jornais de Portugal e Espanha, ajudando a tramoia interna no país. Também destaco a Rede BBC (britânica) com uma cobertura porca e deplorável (enviesada ao extremo e desonesta). O jornal Diário de Notícias de Portugal é um festival de xenofobia anti-Brasil, parece que estão sentindo alegria dos conflitos no país por algum rancor por conta dos anos de destaque que o Brasil teve com o Lula à frente da presidência. Atitude de gente pequena. Voltando ao assunto...

Um juiz colocar um grampo contra a presidência da República é fim de linha. Em outro país ele já estaria preso (na melhor das hipóteses) e pegaria pena pesada por isso, e não solto posando de "herói". Os grampos ainda foram vazados em primeira mão para uma emissora de TV (a Globo) fazer ataque político diário e insuflar turbas de ódio de extrema-direita nas ruas. Isso é um ataque contra o Estado e a democracia. Muitos não se calarão diante desta afronta contra a soberania do país.

Lembrando do caso da prisão do Almirante Othon, clara tentativa de sabotagem do programa nuclear do país, algo inaceitável:
A prisão do pai do programa nuclear brasileiro

O STF (Supremo Tribunal Federal) tem culpa plena no que se passa ao deixar ele atuar como quis, passando por cima da Constituição, lei máxima do país. O povo não aceitará e nem se curvará a qualquer ditadura de toga no Brasil. Que a sociedade pense em uma Reforma Política no país onde se ponha limites claros (ou fiscalização pesada e punição severa) à ação política da esfera judicial no país pra que esse "protagonismo" político (inflado) do judiciário não se repita de novo, sob pena de destruírem a democracia do país em vez de preservá-la.

Ou o Supremo Tribunal Federal afasta este juiz messiânico da Lava Jato ou ele põe abaixo a própria operação (pois ele usa a operação pra fins políticos, desvirtuou tudo) pelo crime praticado (do grampo/escuta telefônica) ou esse indivíduo passa a achar que controla o país e ele não está acima do Brasil nem da República. O Supremo não pode fazer cara de "paisagem" fingindo que não houve nada, tem que ter punição severa ao que houve sob pena da República ser destruída, esfacelada por um bando de fanáticos e turbas de rua inflamadas por emissoras de TV com interesses obscursos.

Espero que o novo Ministro da Justiça enquadre os quadros golpistas dessa instituição, que estão solapando o Estado brasileiro e a própria instituição importante pro país.

Aviso à turma de "descontentes" (golpistas) que lerem o blog: eu não tenho (nunca tive) qualquer interesse em ser simpático com alienados, golpistas (apoiadores), radicais de direita lunáticos e quem está em cima do muro com esse tipo de questão, não há espaço pra "murismo", ou se está contra ou a favor do golpe, não existe "meio democrata", ou se é ou não é. "Ah, mas não é bem assim", sem esse papo de ficar em cima do muro. Já fizeram muita cagada com essa postura, começando por aquela de 2013 (do povo indo pras ruas como manada), está se tentando reparar o erro da manada.

A Globo e os agentes envolvidos nessa tramoia (uma tramoia diabólica) têm que pagar caro por tramarem novamente pra derrubada de governo no país como fizeram em 1964, algo impensável há alguns anos atrás onde se pensava que esses fantasmas haviam sido afastados de vez da vida política do país. Reduziram o país novamente ao "status" de República de Bananas, a turma dos "apartidários" (que visam atacar um só partido, é o único "apartidário" do mundo partidarizado, só nesse país surge uma aberração dessas).

Que o que se passa atualmente sirva de lição dura pro povo que ficou a favor desse amontoado de insanidades naquele "levante" alienado começado em 2013 com o "Vem pra rua" (a Revolução Colorida que desemboca agora no seu grau máximo de ódio e ataque). Não brinquem com coisa séria, não achem que o Brasil é uma "ilha isolada" do mundo (da geopolítica mundial) pois não é. Ninguém são quer que isso aqui vire uma "Nova Líbia" ou "Nova Síria", só os insanos e inconsequentes.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Sonderbehandlung 14f13 em Gross Rosen

Em 3 de abril de 1942, Arthur Rodl, comandante de Gross-Rosen, escreveu que "o tratamento especial de 127 prisioneiros foi concluído em 2 de abril de 1942." A prova de que isso significava 'mortos' pode ter vindo da mensagem do mesmo autor de 26 de Março de 1942, coletada em 1234-PS. Ela observa que 214 prisões foram "executadas" entre 19-20 de janeiro, e desses 36 haviam morrido em 17 de março e 51 haviam sido declarados aptos para o trabalho. Os 127 restantes foram mortos em Bernburg em grupos de 70 e 57: a transferência dos primeiros 70 é mostrada aqui.

O processo de seleção para Sonderbehandlung 14f13 está documentado em 1151-PS [scans], resumido na análise do grupo de evidências aqui. Liebehenschel escreveu em 10 de dezembro de 1941, que a Comissão Médicos iria visitar nove campos para fazer seleções. As seleções em Gross Rosen 19-20 de janeiro foram discutidos numa carta de Mennecke para sua esposa (NO-907). O centro de eutanásia Bernburg escreveu para Gross Rosen em 3 de março para organizar as transferências, observando que "os presos de outros campos de concentração iriam chegar" e, assim, "um interino é necessário para a gente, a fim de ser capaz de realizar todo este trabalho."

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2016/03/sonderbehandlung-14f13-at-gross-rosen.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Sonderbehandlung 14f13 at Gross Rosen
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 10 de março de 2016

Um dos ídolos políticos dos "revisionistas" brasileiros, o Bolsonaro, e sua "política externa" pró-Israel

Deixarei aqui um link que foi compartilhado/espalhado no Facebook, de um vídeo de alguma reunião do Jair Bolsonaro (deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro) e sua fala sobre sua "política externa" (se eleito "presidente"). Ao leitor de fora do Brasil, ele pretende sair candidato à presidência em 2018 na onda de populismo de direita que se espalhou em setores da classe média do país.

O blog é muito lido, na ordem (farei post sobre isso com uma lista melhor): nos Estados Unidos, Portugal, China e Alemanha. Inclusive o número de leitores com origem na Alemanha está próximo aos de leitores de Portugal, o dos EUA já passou os de Portugal.

Mas como dizia, e interpretando seu discurso, e sendo curto e grosso: ele, Bolsonaro, defende uma política externa 'submissa' aos Estados Unidos e Israel. E também comenta sobre sua viagem a Israel (rs) e a recusa da indicação de embaixador de Israel pro Brasil pelo governo brasileiro.

A quem não entendeu a ironia do post (pois tem sempre alguém que não "entende", e pretendo evitar explicar ironia duas vezes), o link e o post são uma "homenagem" aos "revisionistas" (negacionistas), pois o Bolsonaro era (ou é, ou deixará de ser após este post, hahaha) um dos ídolos políticos desse pessoal.

Tinha até "revi" no Orkut que dizia que era eleitor dele (pausa pro riso, rs). Tinha até uma "tchurma" em São Paulo de pretensos adoradores do "nacional-socialismo" (nazismo) fãs dele, rs. Matéria aqui:
Neonazistas ajudam a convocar "ato cívico" pró-Bolsonaro em São Paulo

Se alguém quiser chiar com o título acima, reclame pro site que distribuiu a matéria (risos).

Mas como me lembro dos vídeos desse "ato", eram hooligans pró-Bolsonaro (não existe "neonazi" propriamente no Brasil, num post falarei sobre isso, o que há no Brasil é um "hooliganismo" macaqueando o neonazismo europeu). Havia um que circulava no Orkut (e apareceu num dos vídeos) que parecia mais um sobrevivente de campo de concentração, rs (mas deixa pra lá, o comentário foi pra provocar mesmo, rs). E vamos parar com "excesso de frescura", que não é sensibilidade, em não se poder mais fazer uso de ironia pra criticar algo (havia gente no Orkut que a gente não podia fazer uso da ironia que vinha com essa censura emocional), não vou me submeter a essa mordaça do "politicamente correto" liberaloide defendido por partidos de extrema-esquerda como PSOL e PSTU.

Alguém entendeu essa zona ideológica? Isso é o fundo do poço que abriram em 2013 naquelas marchas malfadas daquele ano, a "revolução colorida" mal sucedida ainda em andamento (ainda farei um post sobre isso).

Não preciso acrescentar o quanto os "revis" (abreviação pra "revisionistas") "amam" Israel e tudo o que for ligado a Israel etc (rs). Por isso quero ver como eles irão "defender" o Bolsonaro daqui pra frente (hahahaha).

Isso é pra mostrar o "nível" de estupidez da extrema-direita brasileira ou a esculhambação da mesma.

A mixórdia ideológica da mesma (eu diria que a direita brasileira sempre foi um trambolho, um Frankenstein, cópia caricata do que há de pior na direita liberal dos Estados Unidos), onde a vertente liberal-autoritária é majoritária, mas sempre contou com aval tácito da parte que se diz "nacionalista", que posa de "nacionalista" mas faz "urro" com essa direita submissa ao Império.

De acordo com o Bolsonaro, "temos que reconhecer nosso local" (deixa eu traduzir: "temos que conhecer nosso lugar"). Deixa eu traduzir de novo o que isso significa: capataz do Império (EUA) e o Brasil o seu quintal. Soberania e autonomia do país? Danem-se. Deixa eu adiantar o vídeo com esta imagem (print):


Como ele alçou essa popularidade atual? Contribuição da lavagem cerebral que a mídia do país faz diariamente, com ódio a torto e a direito e manipulação de informação, com destaque total pra atuação golpista da Rede Globo ou "Organizações Globo", e o uso político do PSDB (o apêndice político da Globo na política brasileira) desses extremistas de direita.

Depois quando comento que essa gente não passa de um bando de iludidos, estúpidos, idealistas (da pior espécie) e tolos (trouxas), além de ignorantes (em sua maioria), há quem ache ruim, simplesmente porque não toleram opinião divergente da deles e porque não conseguem discutir, dizer porque discordam dessa opinião/visão política.

Nesse ponto sou até forçado a admitir que alguns "revis" sabiam discutir melhor que essa dita direita liberal-autoritária-olavética. Esqueci de citar acima, a grande influência dessa "malta liberal" é um astrólogo alçado à condição de "guru de seita" desse monte de gente tosca que dá sentido ao termo "olavético". É vergonha alheia atrás de vergonha alheia, um povo tosco que em vez de sentir vergonha de serem ridículos, são tão boçais e cretinos que ficam afrontando todo mundo, porque o povo não disse "basta!" a eles. Essa gente fanatizada só para quando o povo diz "basta!", no caso, é só falarem firme dizendo que não querem saber mais desse tipo de entulho extremista de ódio, uma hora se cansam, a "moda" passa.

O mais curioso é ser chamado de "alienado" por esse tipo de bitolado político de direita, que diz "não ser de direita nem de esquerda" (pausa para o riso de novo, rs).

Pra não alongar mais, vou transcrever parte da fala do vídeo, mas quem quiser ver tudo, pode clicar no link abaixo para assistir o vídeo, se não o removerem (nunca se sabe, rs):
Link do vídeo

- Política externa.- Centro de Lançamento de Alcântara.- Estados Unidos / Europa / Israel.
Publicado por Jair Messias Bolsonaro em Domingo, 28 de fevereiro de 2016
"Temos que reconhecer o nosso local. Pode ter certeza, uma política externa, meus grandes parceiros serão, além da Europa, obviamente, em primeiro lugar, Estados Unidos e Israel" (Aplausos).

"Estou com uma viagem marcada pra Israel, não é pra turismo não. Eu quero ver como israelense cria robalo (peixe) no deserto. Eu quero ver, como lá não tem água potável, eles a exportam pra Jordânia. Eu quero ver o que é o Orvalho de deus, eles só têm areia e têm uma agricultura, agora em andares, desculpe aqui, em alguns locais mais produtiva do que a nossa. E eles não se furtam a dividir isso."

"Agora, o que é que a Dilma fez? Negou as credenciais do embaixador israelense indicado por eles. Bateu no peitinho e falou "esse eu não quero" - peitinho ou peitão? Eu não sei (risadas na plateia). "Esse eu não quero"."
Como desgraça pouca é bobagem (pros "revis"), o "Bolsa" (ou "Bolsomito" como chamam os "idólatras" dele, idolatria é "pecado", viu? rs) também é chegado na maçonaria? Foto abaixo, de outra entidade que os "revisionistas" "amam de coração" (hahaha):

Atualização:
(08.03.2017) Como o vídeo acima foi removido, o mesmo se encontra no Youtube (até quando, eu não sei). Pra que fique como registro, pois a remoção do vídeo indica que a repercussão não foi das melhores (como previsto)

Entreguismo liberal de Bolsonaro, Base de Alcântara



Ah, a maçonaria (ou parte dela) andou fazendo showzinho em Brasília pedindo a cabeça do governo também, é parte do golpismo. Nunca apareceu de forma tão escancarada na política como de 2013 pra cá. O vice-presidente, que andou flertando com o golpe também, é maçom. Se alguém fosse fazer novela ou texto de ficção, a "realidade" que emergiu do país a partir de 2013, com aquelas marchas insensatas, dá de dez em qualquer texto do tipo.

Como há um golpismo branco em marcha no país protagonizado (fomentado) pela Rede Globo, é bom dar nome aos bois e dizer que colabora politicamente com o espetáculo pirotécnico dela transmitindo isso dia de domingo direto da Avenida Paulista (São Paulo), porque o resto do país não aderiu ao golpismo, mas a Globo insiste em "forçar a barra" dizendo que a "Av. Paulista é nacional" (risos). "Meu país é a Paulista" (hahahaha).

Eu nunca vi golpe, mesmo branco, vingar em um só Estado e numa avenida, por mais peso que tenha. De qualquer forma, o intento dessa emissora fazendo isso é crime contra o Estado, uma conspiração contra o Estado brasileiro e a democracia. A emissora deveria ser enquadrada pelo Estado e ter sua concessão cassada pelo governo federal. Dilma, pare de cerimônia e hesitação, também corte as verbas publicitárias estatais para este tipo de emissora que fomenta golpe contra o país. É legítimo o Estado se defender de quem fomenta golpe contra a democracia:
Colunista da Globo já pede explicitamente Golpe Militar e com ação violenta

A quem quiser se chocar com esse comentário, porque tem sempre algum hipócrita que por covardia tolera esse tipo de agressão inaceitável contra o Estado de direito e a democracia do país por sectarismo político e "comportamento de manada", meus sinceros lamentos mas é o que penso mesmo. A Globo atravessou o sinal vermelho e ninguém tem que tolerar isso. Não se trata mais de pregação política contra rivais e sim de tentativa de controle do Estado via golpe, como eu disse acima: isso é crime.

Não se deve tolerar intentos desse tipo de uma emissora que participou de outro golpe de estado (em 1964) e depois tirou o corpo fora só jogando a culpa pros militares, como se ela não tivesse feito nada durante 21 anos de ditadura e desde o fim da mesma tentando controlar culturalmente e politicamente o país.

Recentemente essa emissora andou "flertando" com censura a blogs políticos conhecidos, a quem não viu, leiam a matéria:
Hoje, às 19h, ato contra censura da Globo; transmissão ao vivo

Uma afronta à democracia e liberdade de expressão do país. Por essa razão esse tipo de TV não pode reclamar se pedirem, com razão, o fim de sua concessão de transmissão, que é pública (pertence ao Estado, não é dela).

terça-feira, 8 de março de 2016

[HB] O golpismo de ontem e o golpismo de hoje - Jessé Souza

PODEROSOS INTERESSES CONTRARIADOS
O golpismo de ontem e o golpismo de hoje

Essa história tem larga tradição entre nós. Ela funciona do mesmo modo desde o começo do século XX – quando o Brasil começou a se transformar em sociedade urbana e industrial – e reúne os mesmos elementos: imprensa conservadora, setores moralistas da classe média e interventores da ordem constitucional

por Jessé Souza
Durante todo o ano de 2015, o segundo mandato da presidenta Dilma foi marcado por intenso ataque, seja da mídia, seja do Congresso Nacional, e de suas chamadas “pautas bomba”. A presidenta eleita foi posta na defensiva e ameaçada por diversos pedidos de impeachment, além de ter sido pressionada para renunciar desde o início de seu segundo mandato. É que ela, no auge de sua popularidade, ao contrário da estratégia de conciliação de interesses contrários do presidente Lula, ousou se opor aos interesses do capital especulativo brasileiro. A intenção era parar a drenagem de recursos do excedente social de todos para o bolso da meia dúzia que controla a economia, a política e a mídia entre nós, e encaminhá-los para o setor produtivo. A estratégia não só foi sabotada pela elite, como a cobrança da fatura pela ousadia está vindo agora.

O mais importante aqui não é apenas a seletividade com a qual a questão da corrupção é abordada ao se concentrar apenas no PT e procurar atingir de qualquer modo o ex-presidente Lula, de modo a inviabilizar sua reeleição em 2018. Ainda que isso seja parte da verdade, não é, nem de longe, o ponto mais interessante dessa história. Inicialmente, o que fica evidente, como a luz do sol de meio-dia, nesta crise política, criada e manipulada midiaticamente, e tem levado a uma crise econômica em grande medida construída politicamente é o seguinte: o tema da corrupção só pode ser usado para enganar e manipular a população, porque a definição do que é corrupção é arbitrária e pode ser aplicada ao bel-prazer de quem realiza o ataque.

Recentemente, por exemplo, veiculou-se na imprensa que o ex-presidente Lula foi “lobista” da Odebrecht no exterior. Esse fato é corriqueiro em todos os países avançados onde os presidentes fazem constante pressão para conseguir contratos para grandes indústrias e prestadoras de serviço de seu país. Ao contrário de despertar desconfiança, esse fato é visto como engajamento dos dirigentes da nação pela manutenção da riqueza e dos empregos nacionais, e cada êxito é comemorado por todos. Como a noção de corrupção é vaga e indefinida, e pode ser aplicada seletivamente, vale tudo a favor dos amigos e tudo contra os inimigos.1 A estratégia passa a ser um “se pegar, pegou”, e manchetes diárias constroem a artilharia pesada contra governos com relações e compromissos – os quais no caso em apreço poderiam e deveriam ser, inclusive, bem mais profundos – com as classes populares.

O ataque tem de ser realizado contra o suposto e, na realidade, falso [2] “inchaço” e “aparelhamento” do Estado, sempre que este é usado não para ser privatizado pelo 1% mais rico, como sempre foi o caso, e sim para a maioria da população. A narrativa do Estado demonizado e do mercado virtuoso, primeiro construída “cientificamente”, como analisamos em detalhe no livro A tolice da inteligência brasileira,[3] publicado recentemente, e depois reproduzida de modo “naturalizado” e “autoevidente” como truísmo aceito por todos, seja nas práticas de todas as instituições, seja nas esquinas de todo o país, cria o pano de fundo perfeito para o assalto à inteligência nacional. Os próprios ministros de Estado do governo usam Raymundo Faoro e sua balela sobre o patrimonialismo para amparar seus discursos de defesa do Estado4 ou de ataque e de apelo ao desmonte estatal,5 finalmente aceito e colocado em prática pela própria presidenta, posta na defensiva por essa mesma narrativa.6 Maior prova de que essa interpretação de mundo tornada prática continua comandando nosso horizonte de pensamento e de ação é impossível.

Na verdade, a corrupção entendida como negação do fair play, ou seja, enganar com o fim de lucro, é endêmica ao capitalismo – e certamente endêmica a todas as outras formas históricas de apropriação do excedente social – em todos os lugares e em todas as épocas históricas. Assim como as classes endinheiradas brasileiras construíram uma ideologia antiestatal para melhor monopolizar e instrumentalizar o Estado a seu favor, os capitalistas históricos criaram uma ideologia do “mercado justo” para se autolegitimar. Max Weber, com sua extraordinária influência em todas as disciplinas sociais, contribuiu muito para isso ao vincular o capitalismo à temperança protestante. Com isso, construiu uma falsa oposição, hoje aceita por quase todos, entre “capitalismo aventureiro”, enquanto capitalismo do saque e dos grandes lucros eventuais, e “capitalismo moderno”, sóbrio, construído com a noção do lucro cotidiano, permanente, mas “justo” e “contido”. Assim, o capitalismo moderno é percebido não apenas como “ganho em racionalidade”, mas também como “ganho em moralidade”, perfazendo os dois grandes elementos da virtude e da perfeição humana como percebidas pelo Ocidente.

Nada mais falso. O “saque”, como o dos campos de petróleo do Oriente Médio sob a batuta das grandes petrolíferas no governo George W. Bush, continua um método cotidiano do capitalismo dito “moderno”, desde que seja exequível militar e politicamente. Quanto à sobriedade e à temperança, se de fato existiram algum dia, não resistem a nenhuma análise mais “sóbria”. O capitalismo monopolizado de hoje não só fabrica balanços falsos de empresas e países com interesse de lucro e cria a ilusão de que grandes empresas e bancos fraudulentos são “grandes demais para quebrar” (como ficou patente na crise financeira de 2008), como também estabelece o patamar de preços que deseja sem nenhuma relação racional com custos efetivos. Os produtores recebem uma ínfima parte do lucro, e os grandes atravessadores ganham até quarenta vezes mais sem nenhuma adição ao valor dos produtos pelo simples fato de controlarem monopolisticamente o mercado.7 Ou seja, a “corrupção” percebida como engano e falseamento da “troca justa” é o dia a dia do mercado em todo lugar, ainda que muito maior em um mercado tão mal regulado como o nosso.

No Brasil, porém, o superlucro é visto como “inteligência” e “esperteza” – esquecendo-se de que, se há um “esperto”, é porque há milhões de “tolos” –, e a corrupção é sempre estatal ou tem relação com o Estado. Uma ideia absurda ganhou o coração e a mente de todos indistintamente, independentemente de coloração política, e é hoje uma espécie de “segunda pele” de todo brasileiro. Ela se presta, antes de tudo, ao “sequestro da política” pelos donos do dinheiro. Em fases de crise, como agora, quando a “farofa é pouca se quer o seu pirão primeiro”, os mais ricos querem cortar os investimentos sociais e ficar com o Estado só para eles. E essa história tem larga tradição entre nós. Ela funciona do mesmo modo desde o começo do século XX – quando o Brasil começou a se transformar em sociedade urbana e industrial – e reúne os mesmos elementos: imprensa conservadora, setores moralistas da classe média e interventores da ordem constitucional.

O moralismo da classe média no Brasil sempre foi extremamente seletivo e antidemocrático ao mesmo tempo. Sua seletividade implica ver o mal sempre “fora de si mesma” e nunca em sua própria ação cotidiana de exploração de outras classes, de quem ela rouba o tempo, a energia e qualquer possibilidade de redenção futura. O caráter antidemocrático que vemos nas manifestações recentes dos “coxinhas politizados” não tem nada de novo. Desde o tenentismo de 1922, a política e o sufrágio universal já eram percebidos como os empecilhos maiores da renovação verdadeira da sociedade brasileira. O moralismo de classe média sempre une o desprezo pela política em geral e a busca por uma “virtude idealizada”, que espelha por sua vez uma “vontade geral” indivisa, ilusão autoritária que foi o mote de toda revolta política com base de classe média – e de seus estratos pequeno-burgueses –, desde o jacobinismo francês até o fascismo europeu do século passado.

É esse caldo autoritário que tem de ser mobilizado pela imprensa conservadora – como verdadeiro partido da ordem dominante e de seus privilégios – sempre que a política tenda a sair do acordo de gabinete dos poderosos e endinheirados para o interesse da maioria da população. Isso aconteceu sem nenhuma exceção até hoje na história brasileira, sempre que o sufrágio universal conseguiu colocar no poder líderes identificados com as classes populares. Em todos os casos a classe média conservadora foi usada como massa de manobra na tentativa de derrubar os governos Vargas, Jango e agora Lula-Dilma, e conferir o “apoio popular” e a consequente legitimidade para esses golpes, sempre no interesse de meia dúzia de poderosos. A corrupção e sua vagueza conceitual são sempre o mote que galvaniza a solidariedade “emocional” das classes médias, que se imaginam moralmente superiores às outras,[8] e confere respeitabilidade moral e política a esses assaltos à soberania popular. Como já dissemos anteriormente, a corrupção, definida seletiva e arbitrariamente, é a única forma brasileira de transformar os interesses mais privados em supostos interesses universais.

A imprensa é fundamental nesse processo e primeiro elemento da estratégia de fabricar um golpe. Isso acontece posto que é necessário “legitimar” o assalto ao princípio da soberania popular como única fonte que permite vincular legalidade e legitimidade do regime democrático e representativo. Como a soberania popular consagrada no voto é a única fonte de legitimidade do poder moderno em todas as suas dimensões, inclusive das regras consagradas constitucionalmente,9 a imprensa conservadora sempre teve de fazer estripulias de contorcionista chinês para deslegitimar a única fonte de todo o Direito e de toda a vida democrática moderna. Para isso, sempre foi necessário (e ainda é, como veremos) produzir o segundo elemento da estratégia golpista; insuflar o público conservador cativo – o qual, em uma sociedade tão perversa e desigual como a nossa, é antipopular em sua essência – com referências a uma “vontade geral” indivisa,10 a qual, supostamente, seria mais importante que a vontade individual manifesta nas urnas. O terceiro elemento formal de toda estratégia golpista é, portanto, um ator institucional que possa incorporar a “vontade geral” pré-fabricada. Na verdade, é uma vontade de meia dúzia de endinheirados que manipulam sua tropa de choque formada por uma classe média infantilizada que se autoidealiza.

Falta, então, encontrar esse terceiro elemento formal presente em todos os golpes contra o princípio da soberania popular, o qual deve incorporar precisamente tal elemento “apolítico” que responde aos anseios da antipolítica moralista construída entre nós com foro de “ciência”. Esse terceiro elemento deve ser uma espécie de “rainha da Inglaterra”, ou seja, ser visto como neutro e acima dos interesses em disputa. Em parte, a própria imprensa conservadora no Brasil sempre posou de “neutra” e gosta de se vender como uma instituição de “interesse público”, como se não fosse uma empresa qualquer disposta a (quase) tudo para aumentar seu lucro. Como nunca houve regulação da imprensa entre nós, esse tipo de empresa peculiar – que lida com a informação e, portanto, com a possibilidade de manipular a informação para fins empresariais e políticos – sempre foi historicamente comprada por todo tipo de interesse econômico que pagasse o maior preço.11 A figura emblemática desse fenômeno histórico entre nós foi Assis Chateaubriand, uma espécie de “patrono da imprensa brasileira” e o mais puro exemplo – depois seguido por muitos outros – do uso político indiscriminado e truculento dos veículos de imprensa para auferir ainda mais dinheiro e poder.12

No entanto, sempre foi necessário que o terceiro elemento estivesse ancorado na própria ordem constitucional, que no caso brasileiro já tinha a tradição do “Poder Moderador” imperial. Assim, nessa “repartição de trabalho do golpismo”, cabia à imprensa “neutra” e “desinteressada” passar a “senha”, ou seja, criar o “convencimento” para o clima de “crise”, sempre com base na crítica seletiva da corrupção, para que a baioneta pudesse exercer sem peias seu papel. Essa repartição de trabalho do golpismo para a manutenção de uma sociedade para poucos foi reproduzida também na Constituição da “redemocratização” de 1946: seu artigo 177 garantia aos chefes militares a possibilidade de julgar se o presidente havia desrespeitado os demais poderes constitucionais, a lei e a ordem.13 Estava transposto no texto constitucional o princípio de uma espécie de “democracia tutelada”, ancorada nas Forças Armadas e em sua possibilidade expressa de intervir quando a “ordem pública” estivesse em perigo, ou seja, sempre que os interesses do 1% dominante e mais rico fossem ameaçados. Estava então consolidado o terceiro elemento formal de todo golpe de Estado entre nós, como princípio constitucional, baseando-se na ficção da existência de uma instituição acima da política e dos partidos.

O jogo da pseudodemocracia moderna brasileira estava armado: o aproveitamento consequente do moralismo de fachada dos setores médios baseado no ressentimento contra os de cima (sempre considerados corruptos, especialmente no Estado) e o ódio contra os de baixo, destinado a ser astuciosamente insuflado sempre que a imprensa, “neutra como o dinheiro”, visse seus interesses na ordem para poucos de algum modo ameaçado. Os dois juntos, “povo” (ainda que 80% estivessem de fora) e “imprensa neutra”, clamam pela intervenção do elemento “não político” e “não corrupto” (sic) das Forças Armadas, que incorporaria a “vontade geral” para o povo tutelado e submetido. No caso de Vargas, que refletia formas suaves de inclusão social-democrata perfeitamente compatíveis com um capitalismo dinâmico, a “corrupção seletiva” só dos líderes ligados aos setores populares já foi o mote principal para sua derrubada.14 Com Jango, as reformas de base foram interpretadas como comunismo, e o combate à corrupção, mais uma vez seletivo – e que seria muito maior nos governos militares sem nenhum controle –, foi o grande mote para a continuidade do regime de exceção.

Poucos veem hoje em dia a continuidade desse processo antipopular de intervenção antidemocrática no “golpismo branco”. A única mudança realmente efetiva nos processos de golpes anteriores, fato que ainda não foi percebido no debate brasileiro atual sempre muito preso à conjuntura, pobre teoricamente e sem perspectiva histórica, em relação ao atual em curso é mais aparente que real. Como os militares perderam a legitimidade de “guardiões da ordem” – primeiro pela violência das torturas e depois pelos próprios casos de corrupção entre os militares no poder ou acobertados por eles –, surge a necessidade de outro “justiceiro” para incorporar a “vontade geral” acima da política, para fazer justiça com as próprias mãos, bem ao gosto de nossa classe média que aprova, por exemplo, a matança indiscriminada de pobres pela polícia.[15]

O candidato perfeito para ocupar o lugar vazio deixado pelos militares surge no aparato de órgãos de controle do Executivo e do Judiciário criados pela Constituição de 1988, que reúne ambiguamente não apenas a tentativa de universalizar direitos, mas também a desconfiança na política – criada entre nós por meios pseudocientíficos, como vimos – e a necessidade de instaurar um novo “poder tutelar”, de modo a resguardar os interesses do 1% mais rico e poderoso.

Esses órgãos não apenas recrutam seus quadros prioritariamente na classe média conservadora e moralista. Todos os interesses materiais e ideais dessas corporações – com alguns dos mais altos salários da República, além de benesses e privilégios de todos os tipos, aliados ao prestígio social, especialmente em sua classe de origem, reservado aos que lutam contra a corrupção – ganham com o projeto de substituir as Forças Armadas como nova instância do “Poder Moderador” da pseudodemocracia brasileira. São os órgãos de controle, como Tribunal de Contas da União, Ministério Público e Polícia Federal, aliados aos “juízes justiceiros”, incensados pela mídia conservadora como os novos “heróis do povo” (leia-se, da classe média conservadora), como os novos representantes da “vontade geral” (ou seja, os interesses econômicos do 1% mais rico); supostamente “acima da política”, que são os novos candidatos a incorporar o “Poder Moderador” da pseudodemocracia tutelada brasileira.

O “Direito” moderno, cuja única grandeza é ser reflexo e incorporação da soberania popular na sociedade moderna, é o primeiro a perder com a substituição do juiz sóbrio e objetivo16 pela figura narcísica do “justiceiro”, que aceita incorporar e teatralizar a “vontade geral” pré-fabricada. A própria definição do Direito formal moderno, marcada pelo respeito ao procedimento legal e como garantidor do contraditório como meio de se assegurar previsibilidade e segurança jurídica, tende a ser substituído pelo que Max Weber chamava de “justiça do Kadi”. Ou seja, um padrão de justiça material, construída sob o comando de aspectos extrajurídicos ditados pela conjuntura, sujeita a todo tipo de pressão emocional e de interesse de ocasião.17

Na lama desse “Direito de ocasião” se engalfinham agências de controle e Poder Judiciário para aumentar seu poder relativo dentro do aparelho de Estado e virtualmente “governar”. Além do interesse político em ocupar espaços de poder, todos os interesses materiais e ideais dos operadores jurídicos militam por essa expansão de jurisdição. Na condição de paladinos anticorrupção, podem exigir salários ainda melhores e ainda mais regalias de toda espécie.

A recente ofensiva do deputado federal Eduardo Cunha vem de outra senda do espectro político. Ela não se traveste de “interesse geral” e não assume a forma do protagonismo “jurídico” que se oferece desejoso de sepultar e substituir a política. Ela assume a forma da negociata à luz do dia, sem usar vestes e sem “enganar” o público. O fracasso das recentes manifestações do dia 13 de dezembro de 2015 mostra que o público precisa ser enganado e manipulado em seu ressentimento e em sua desesperança, que são reais. O sucesso da estratégia de Cunha seria um retrocesso de consequências imprevisíveis até para os oportunistas, como o PSDB, o qual se põe como herdeiro fiel do golpismo oportunista dos udenistas, que irresponsavelmente apoia. A crise tem sempre a virtude de mostrar os interesses mais vis agindo à luz do dia.

Como a política, no entanto, precisa da hipocrisia, acho que são os “golpes jurídicos” que têm maior chance de sucesso. São os “juízes justiceiros” incensados pela mídia conservadora e com o poder de fazer de tudo, muito especialmente jogar no lixo o que o desenvolvimento civilizacional construiu nos últimos 2 mil anos na esfera do Direito. O “superjuiz” só precisa da mentira repetida todos os dias, a qual diz que existem pessoas acima dos interesses dos partidos e acima dos interesses econômicos e políticos. Assim, pode-se inclusive torturar legalmente pessoas jogadas em cadeias sem culpa formada e sem razão jurídica comprovada – um tipo de tortura psíquica certamente tão cruel como o pau de arara dos militares.

Mudam-se as vestes e as fantasias, “moderniza-se” o golpe, substitui-se o argumento das armas pelo argumento “pseudojurídico”, amplia-se a aparência de “neutralidade”, sai de cena a baioneta e entra no palco da ópera bufa a toga arrogante e arcaica do operador jurídico, mas preserva-se o principal. Quem continua mandando de verdade em toda a encenação do teatro de marionetes é o mesmo 1% que controla a riqueza e o poder, e instrumentaliza a informação a seu bel-prazer. Os outros 99% ou são manipulados diretamente, como a classe média “coxinha”, ou assistem de longe, bestializados, a um espetáculo pelo qual, como sempre, vão ter de pagar sem participar do banquete.

Jessé Souza

*Jessé Souza é professor titular de Ciência Política da UFF e presidente do Ipea. Autor de A tolice da inteligência brasileira, recentemente lançado pela Leya. Este artigo é uma versão atualizada e modificada do último capítulo dessa obra.

Ilustração: Eugêni

1 Aécio Neves, por exemplo, teve sua menção no escândalo da Lava Jato simplesmente silenciada pela imprensa.

2 Segundo trabalho do técnico do Ipea, Felix Garcia Lopez, as despesas líquidas com pessoal em relação à receita líquida da União diminuíram entre 1995 e 2014, negando um suposto “inchaço” do Estado. Ao mesmo tempo, apenas 13,1% de todos os cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS) têm alguma relação partidária, negando a tese do aparelhamento. Ver Felix Garcia Lopez, “Evolução e origem dos nomeados para cargos DAS na administração pública federal no período 1992 a 2014”, Brasília, Ipea, 2015.

3 Jessé Souza, A tolice da inteligência brasileira, Leya, São Paulo, 2015.

4 O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, lembrou na imprensa, quando estourou o escândalo da Lava Jato, que todos os brasileiros, na verdade, usam o “jeitinho”, como ensinado por Faoro e Roberto DaMatta, na vida cotidiana.

5 O ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, em sua posse, citou Faoro, cuja “teoria” não vale um vintém furado, como mostramos aqui, para legitimar o Estado mínimo.

6 O trabalho de Felix Lopez, citado anteriormente, mostra que toda essa discussão do “inchaço” e do “aparelhamento” estatal não guarda nenhuma relação com a realidade.

7 Ver Ladislau Dowbor, “Produtores, intermediários e consumidores: o enfoque da cadeia de preços”, Revista Econômica do Nordeste, v.45, n.3, p.7-16.

8 O fato de estar no “meio da sociedade” implica submissão ressentida aos poderosos acima dela e ódio pelos de “baixo”. A superioridade “fabricada” com relação aos que têm poder é baseada na ilusão de que estes são sempre “corruptos”, transformando a inferioridade econômica e social real em superioridade “moral” fantasiada. Como diz Max Weber, a primeira necessidade das pessoas não é ver a verdade, mas, ao contrário, “legitimar” a vida que efetivamente levam como a melhor possível.

9 Ver sobre isso o clássico de Jürgen Habermas, Faktizität und Geltung [Entre facticidade e validade], Suhrkamp, 1992.

10 Pierre Rosanvallon, La Légitimité démocratique. Impartialité, réflexivité, proximité [A legitimidade democrática. Imparcialidade, reflexividade, proximidade], Éditions du Seuil, Paris, 2008.

11 Ver Paulo Henrique Amorim, O quarto poder, Hedra, São Paulo, 2015; e Fernando Morais, Chatô, o rei do Brasil, Companhia das Letras, São Paulo, 1994.

1 Ibidem.

13 José Murilo de Carvalho, Forças Armadas e a política no Brasil, Zahar, Rio de Janeiro, 2005.

14 Ver a excelente trilogia de Lira Neto, Getúlio, volumes I, II e III, Companhia das Letras, São Paulo, 2014.

15 A matança de pobres, com ou sem a desculpa do tráfico, no Brasil, é uma “política pública informal” com alto apoio popular.

16 É patente a diferença entre um juiz alemão, por exemplo, sempre sóbrio e discreto, com o desavergonhado “narcisismo midiático” de vários juízes brasileiros, em todas as instâncias, em uma função na qual a distância das paixões políticas é precondição para seu bom desempenho.

17 Max Weber, “Rechtssoziologie” [Sociologia do Direito]. In: Wirtschaft und Gesellschaft [Economia e sociedade], J.C.B., Mohr, 1985, p.471.



04 de Janeiro de 2016. Palavras chave: conservadorismo, congresso, câmara, política, PMDB, golpe, democracia, governo, Dilma, Getúlio Vargas, ditadura

Fonte: Le Monde Diplomatique Brasil
http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=2011

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