sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Giovanni Gentile, a adesão ao fascismo. O liberal de Mussolini

Giovanni Gentile e o Partido Nacional Fascista (Partito Nazionale Fascista - PNF)

Giovanni Gentile
Em 2 de novembro de 1922, Giovanni Gentile, já uma personalidade de altíssima expressão no panorama cultural italiano, é nomeado ministro da Educação no primeiro gabinete de Mussolini. Na primavera de 1923, ele justifica sua adesão formal ao PNF evidenciando a conformidade do fascismo com o liberalismo da direita no Risorgimento no qual ele se identificava, e e que segue com "o liberalismo da liberdade na lei e portanto, no Estado forte e no Estado concebido como realidade ética". Gentile vê se concretizar na nova realidade política a sua "Antiga fé" (ópera gentiliana editada em 1923), destinada a resgatar o caráter dos italianos e libertá-los da velha doença do ceticismo e da indiferença. Por esta "Antiga fé", ele se sente "precursor" do fascismo. Mais exatamente: da nova filosofia idealista, do sindicalismo soreliano, do reencontro do sentimento religioso, do empenho ético da guerra, em outras palavras, todo o fermento ideal e moral das primeiras décadas do século XX - que reage ao desgaste da ideologia iluminista, democrática e socialista da velha Europa - encontra uma saída natural na marcha sobre Roma e na energia despertada pelo Fascismo. Isso caminha dessa forma, e salta aos olhos de Gentile, da intérprete da vida nacional, a tarefa na qual todos os italianos que não querem mais ficar "sentados na janela", deveriam agora se empenhar.

Giovanni Gentile e o fascismo

O Fascismo parece para Gentile não uma ideologia ou um sistema fechado, mas sim um processo histórico, um ideal a ser realizado. Como tal, ele é útil para a contribuição daquela crítica construtiva que reconhece sua função nacional, e deve lutar para combater "a democracia dos advogados criadores de caso", "o socialismo radicaloide e humanitária", "o liberalismo do Estado negativo e agnóstico", no momento que o Fascismo - como qualquer movimento histórico sério - é o "sentimento religioso" a ser restaurado na mente e na consciência coletiva. Esta visão da política como uma fé, que o filósofo já tinha desenvolvido e defendido em anos anteriores, vislumbra no fascismo seu retorno mais profundo.

Por outro lado, que o fascismo não seja um episódio acidental na vida de Gentile, é comprovado o empenho público e da ação de colaboração e de estímulo exercido em relação ao regime durante todo o período dos anos 20. Além do cargo de Ministro da Educação nos anos de 1922-1924, ele é Presidente da Comissão dos Quinze -, então dos Dezoito - para a reforma constitucional, fundador em 1925 do Instituto fascista de Cultura, Presidente do Conselho de Educação de 1926 a 1928, membro do Grande Conselho até 1929 e seguidor de Mussolini também até a última aventura da República social. Em momentos críticos, que também atravessou Gentile - especialmente quando sua reforma escolar é alterado ou quando se estipula os Pactos Lateranenses com um compromisso que nega a essência de seu conceito de um Estado ético - não para separar as suas próprias responsabilidades das de Mussolini, ele reafirma sua fé no fascismo com o qual continua até o fim em identificar o próprio futuro da nação.

Pagherà la sua ferma adesione al regime con la vita, ucciso il 15 aprile 1944 a Firenze da un commando partigiano aderente ai GAP.

Pagou sua adesão ao regime com sua própria vida, morreu em 15 de abril de 1944 em Florença, por um comando guerrilheiro (partisan) aderente ao GAP.

29/03/2014. Por Matteo Anastasi

Matteo Anastasi (Roma, 1989), formou-se com honras em História na Universidade Europeia de Roma e, novamente com honras, em Relações Internacionais na Luiss Guido Carli. Para Europinione lida com história e com a parte estrangeira. Ele também colabora com a Cronache Internazionali e a Mediterranean Affairs e é co-fundador do think tank de política internacional "Il Termometro – Blog di opinioni e discussioni" (O Termômetro - Blog de opinião e discussão".

Fonte: Europinione (Itália)
http://www.europinione.it/giovanni-gentile-ladesione-al-fascismo/
Link alternativo:
http://holocaust-doc.blogspot.com/2016/02/giovanni-gentile-ladesione-al-fascismo.html
Título original: Giovanni Gentile, l’adesione al fascismo
Tradução: Roberto Lucena

Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom texto , estou começando a ler a filosofia idealista de Gentile. Esse cara é um gênio.
Parabéns pela página.

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