domingo, 4 de outubro de 2015

"O mito da alergia francesa ao fascismo". Um debate historiográfico.

A ascensão da extrema-direita nas últimas eleições europeias é um fato, e é para se preocupar que partidos como o "Aurora Dourada" na Grécia, ou o Jobbik na Hungria, tenham se convertido em forças políticas com representação parlamentar na Europa e seus países. Não resulta estranho, acerca do fascismo, que o presente e o futuro pesem mais que o passado, mais ainda em países nos quais a crise, a corrupção e os abusos de poder tenham se traduzido numa progressiva oposição acerca da política tradicional. Sem ser o mesmo, ainda que o integrando dentro do mesmo espectro político, a Frente Nacional se aproveitou dessa desaprovação na França, um país no qual além da vertiginosa ascensão do partido de Marine Le Pen, há que se destacar o alto nível de abstenção que alcançou cerca de 60% do eleitorado e que, contudo, beneficiou bastante a própria Frente Nacional (Front National).

Como já comentamos num artigo anterior, tentaremos levar esta análise até nossos dias, mas da nossa maneira, através de um prévio e minucioso exame do passado mais recente da França que nos permita ver as chaves históricas para entender o presente, desenvolvendo neste caso algo importantíssimo que cito de passagem no outro artigo que é o "mito da alergia" ao fascismo na França, combinado com o mito da Resistência. Sendo assim, neste artigo nos centraremos na extrema-direita francesa no período entreguerras, e sobretudo no debate historiográfico acerca deste fenômeno, na medida em que a Frente Nacional vem a herdar e a atualizar discursos e práticas [1] que nos anos trinta tiveram uma importante incidência na vida política e social da III República. De fato, foi o movimento da extrema-direita da Croix de Feu, reconvertido em 1936 no Parti Social Français (PSF, Partido Social Francês) depois da proibição das ligas paramilitares pelo governo de Leon Blum, o partido com maior número de militantes, cerca de um milhão em 1939, e que contava com uma ampla rede de organizações e publicações onde o nacionalismo, a ideia de regeneração e os ataques ao parlamentarismo e o comunismo ofereciam um espaço de renovação política frente aos caducos partidos tradicionais da III República.

De fato, este partido passou a ocupar o centro de um debate historiográfico de uma longa trajetória sobre, se houve ou não, fascismo na França, como um movimento político com capacidade de explicar um projeto autoritário e alternativo frente à III República como ocorreu na Itália, Alemanha e Espanha, onde o fascismo, tal como entende Ferran Gallego, foi capaz de mobilizar um eleitorado majoritário de classe média especialmente rural, e de modernizar e agrupar em torno de si grande parte da direita radical e nacionalista em torno de um projeto político encaminhado para a construção de uma ordem que superasse os conflitos da modernidade democrática e liberal [2]. Catalogar à CF/PSF* dentro dos fascismos europeus da época é especialmente relevante por isso mesmo. Por isto ter sido, para nós, inevitável de nos aproximar e apresentar um debate historiográfico que também afeta, como não, o fantasma de Vichy, assunto no qual os trabalhos de Robert Paxton tiveram um papel-chave na recuperação de um passado complicado de digerir por parte da historiografia oficial francesa.

Pois bem agora, sobre o fascismo, aquela segue mantendo, salvo algumas exceções, a que veio a ser conhecida como a "tese da inumanidade" [3], a qual se converteu em todo um dogma historiográfico desde o surgimento do livro de René Rémond, "La droite en France de 1815 à nos jours", em 1954 [4]. Sobre isto, aproxima-nos deste debate nos pode aportar uma certa perspectiva na hora de explicar o mesmo problema aqui na Espanha. É que, durante anos, aqui como na França, grande parte da comunidade historiográfica, amparando-se em definições estritamente genéricas do fascismo, e tal como explica Julián Casanova, inventaram "múltiplos rótulos, termos e conceitos peculiaríssimos, numa tentativa, que colhe notáveis êxitos, de absolver o franquismo - e a ordem social e política que consolidou - do estigma fascista" [5]. Na França esse estigma foi eliminado por uma sorte de cultura política nacional que se apresentava inseparável dos valores republicanos, o qual não deixa de ser uma venda com a qual se tapa os olhos frente a uma realidade resistente a coisas essenciais desse tipo, os quais dificultam a leitura, não só do passado senão do presente [6].


Externalizar o fascismo, reduzi-lo a sua mais mínima expressão, ou até negá-lo foi algo muito comum no contexto europeu do pós-segunda guerra. Enquanto na Espanha Franco consolidava o nacional-catolicismo como ideologia do regime, sem perder um ápice de sua retórica excludente e da capacidade repressiva, os historiadores franceses e italianos construíam novas referências a partir de oferecer uma narrativa apropriada para a construção de identidades nacionais renovadas e apropriadas ao novo contexto. Depois dos julgamentos e purgas iniciais, França e Itália deviam mirar adiante, na direção de sua reconstrução e de seu desenvolvimento econômico e social, e esquecer as divisões e conflitos de seus passados mais recentes. Na Itália, Benedetto Croce falava do período fascista como uma espécie de enfermidade. Igualmente que, na França, onde o fascismo seria literalmente extirpado de sua história nacional e o período de Vichy ficaria num parênteses febril entre a III e a IV República, um produto da derrota e da ocupação alemã. Neste sentido, toda uma sociedade devia ocultar o trauma da derrota, do colaboracionismo e de Vichy.

Os tribunais oficiais franceses se encarregariam de castigar os colaboradores por delitos de traição à pátria, ainda que se aleijasse intencionalmente o fantasma da responsabilidade dos cidadãos franceses na guerra [7]. Desta maneira, não se castigou a nenhum francês por crimes contra a humanidade, sendo estes imputados exclusivamente aos alemães [8]. Por sua parte, no espaço público se estenderia a memória da Resistência como objeto nacional e na qual praticamente todos os franceses tinham cabida. A luta partisan contra o invasor vinha para desdenhar o colaboracionismo e Vichy, e passava a se converter no novo espaço de referência e representatividade da nação. Essa mesma vontade é a que vemos claramente na historiografia, que junto a tribunais e políticas de memória do Estado, configuraram como os principais arquitetos das leituras nacionais do passado. As palavras de François Bédarida e Jean Pierre Azema sobre isto são muito ilustrativas: "dans le couple Vichy/Résistance, la priorité a longtemps joué au profit de l’historiographie de la Résistance au détriment de celle de Vichy. Tout concourait en effet a privilégier la première plutôt que la seconde: un objet historique exaltant, une demande sociale forte, une vertu éducative [...], une mémoire a la fois glorieuse et dominante" [9].

Se Robert Aron publicava sua "Histoire de Vichy" em 1954 na qual aleijava o fantasma do colaboracionismo [10], René Rémond, nesse mesmo ano, faria sua parte acerca do fascismo advertindo que aquilo havia sido uma importação do exterior realizada por grupos marginais e sem capacidade de mobilização. Esta tese se converteria num componente essencial de uma excepcionalidade francesa baseada no compromisso permanente da direita francesa, diferentemente de suas homólogas italiana ou alemã, com os princípios democráticos e constitucionais, um compromisso que se renovava através do novo mito da Resistência e que tomou forma imediatamente depois da Libertação. O argumento principal de Rémond era que o fascismo não tinha espaço político na França, posto que não pertencia a nenhuma das três famílias da direita francesa que ele havia reconhecido: a direita contrarrevolucionária, a conservadora e a Bonapartista. Deste modo, movimentos de massas como o Parti Social Français e o próprio regime de Vichy só poderiam ser explicados a partir de uma destas três tradições, nunca poderíamos falar de fascismo. Sternhell explica como este livro se converteu numa espécie de bíblia para várias gerações de estudantes e historiadores que assimilavam uma ideia cômoda e autocomplacente de seu passado mais recente [11].

É bastante significativo que quem atacasse as ditas teses fossem historiadores de fora [12], na mesma medida que foi Robert Paxton, um historiador norte-americano, que atacou a tese de Robert Aron, afirmando que tanto Pétain como Laval, foram colaboradores ativos com os alemães e que as medidas adotadas durante o regime de Vichy, entre elas a deportação de milhares de judeus para os campos de extermínio [13], foram responsabilidade das autoridades francesas. Enquanto a tese da inumanidade, foi Ernst Nolte, em sua já clássica trilogia sobre o fascismo europeu, quem situou a Action Française como precursor da ideologia fascista [14]. Mas foi o historiador israelense Zeev Sternhell quem irrompeu com mais força no debate, pois não só rechaçava essa suposta inumanidade francesa ao fascismo, senão que também situava suas origens culturais e ideológicas na convergência entre o nacionalismo de Maurice Barres e Charles Maurras e o revisionismo marxista e vitalista de Georges Sorel [15]. Suas obras geraram um intenso debate provocando respostas por parte de historiadores como Serge Berstein ou Michel Winock, discípulos de Rémond e que vieram a atualizar a tese da inumanidade frente às ideias de Sternhell.

Por outro lado, o debate tomava um cariz mais acadêmico na medida em que muitos comentários iam encaminhados para a crítica da perspectiva puramente intelectual que tomava Sternhell para entender o fascismo [16]. É que a história das ideias adotada por Sternhell lhe permitiu rastrear uma tradição política francesa que iria desde o último terço do século XIX, passando pelo assunto Dreyfus e que desembocaria em Vichy em 1940, o que permitia, além disso, assinalar o caráter puramente francês do regime [17]. Essa história estritamente intelectual seria muito criticada por historiadores franceses como Winock ou Julliard, para os quais Sternhell ignorava a dimensão social e política da realidade em suas investigações. Por sua parte, Serge Berstein lhe atribuía uma definição por demais ambígua do fascismo, o que lhe permitia introduzir qualquer experiência que se amoldasse a uns marcos bastante flexíveis [18]. Pierre Milza coincide com esta crítica quando diz que Sternhell utiliza a noção de fascismo para "todas as expressões de hostilidade à democracia parlamentarista burguesa" [19].

Sendo bastante acertadas todas essas críticas sobre o método usado por Sternhell, o caso é que tanto Winock, Julliard, Berstein ou Milza, todos eles franceses, mantém a ideia da excepcionalidade francesa e um certo essencialismo nacional, retomando os argumentos dados por Rémond, que reeditaria em 1982 sua obra [20] e na qual se permitiria atualizar ele mesmo seus argumentos e atender aos pontos centrais sobre os quais giravam o debate. Desta maneira, admitiria a atração que exerceu o fascismo sobre alguns intelectuais como Brasillach ou Drieu la Rochelle e a existência de grupos fascistas na França como o Faisceau de George Valois, o Solidarité Française de Réné Coty, o Parti Popular Français de Doriot ou o Francisme de Marcel Bucard, mas nunca chegaram a ser verdadeiros movimentos de massas como o italiano ou o alemão. Enquanto a Croix de Feu/Parti Social Français, uma das chaves do debate, encaixaria-lhe dentro da direita Bonapartista e reduziria sua estética e capacidade mobilizadora a uma espécie de "scoutisme politique pour grandes personnes" [21]. Nesta linha se manteria Jacques Nobécourt[22], que fez um exaustivo estudo com fonte primária, acessando pela primeira vez os arquivos pessoais do líder da Croix de Feu, o Coronel De la Rocque do Parti Social Français, François de La Rocque, deixando por terra os argumentos de que como Robert Soucy[23], William Irvine [24] ou Kevin Passmore [25] a partir do exterior haviam catalogado a organização de fascista.

Nos dias de hoje, o debate em torno da CF/PSF e do fascismo francês ainda está aberto e seguem aparecendo publicações [26] que tentam sair adiante na análise do fenômeno deixando em segundo plano se foi fascista ou não, contextualizando a III República no panorama europeu da época. Assim, avança-se agora já não analisando o discurso e a ideologia da organização liderada por De La Roque, senão suas estratégias e possibilidades de conquistar o poder, advertindo, além disso, que as categorias políticas utilizadas para definir a direita francesa por Rémond e seus acólitos não deixam de ser excessivamente herméticas e estáticas [27]. Neste sentido, mais que o fascismo em si, deveríamos estudar o processo de fascistização que vive a direita europeia e seu eleitora ao longo dos anos trinta. Isto foi provocado por uma resolução dos conflitos de sociedades em transformação. Desta maneira, e atendendo ao contexto político, social e intelectual da II República, Ferran Gallego analisou o processo de fascistização da direita espanhola assinalando a permeabilidade desta acerca da nova cultura política que ofereceria a possibilidade de uma união nacional em torno de um projeto de modernização e regeneração nacional.

Tanto a Alemanha, como a Itália, Espanha ou França compartilharam essas mesmas dinâmicas em diferentes cenários e com suas respectivas particularidades. Foi isto que fez com que na França não triunfasse uma solução autoritária aos problemas que viviam a III República, durante a qual nem a violência política, nem a crítica ao parlamentarismo, nem os discursos de redenção nacional estiveram ausentes [28]. Daí que uma análise comparada entre as diversas experiências oferece uma interpretação que se distancie de essencialismos e excepcionalismos que, como diz Ferran Gallego sobre a Espanha, permitem interpretar seu passado "como o de uma nação cujos problemas e propostas de solução sempre eram alheios aos conflitos e procedimentos que se haviam experimentado no continente". [29]

Daniel Canales Ciudad: Licenciado em História pela Universidade de Saragoça e mestre em História Contemporânea. Sua linha de pesquisa é o estudo da ditadura franquista em perspectiva comparada.

Notas:

[1] Arnaud ESQUERRE et Luc BOLSTANSKI: “Fron national: de quel peuple parle-t-on?”, Libération, 29 de mayo de 2014

[2] Ferran GALLEGO: El evangelio fascista. La formación de la cultura política del franquismo (1930-1950), Barcelona, Crítica, 2014

[3] Para ver la historia de dicho debate Marc ANGENOT: “L’immunité de la France envers le fascisme: un demi-siècle de polémiques historiennes” en Discours Social, vol. XXXI, 2009. Disponible en red: http://marcangenot.com/wp-content/uploads/2011/12/immunit%C3%A9-fran%C3%A7aise-au-fascisme-complet-format-DS.pdf

Ver también, Michel DOBRY (dir.), Le mythe de l’allergie française au fascisme, Albin Michel, París, 2003

[4] René RÉMOND: La droite en France de 1815 à nos jours. Continuité et diversité d’une tradition politique, Paris, Aubier, 1954

[5] Julián CASANOVA, “La sombra del franquismo: ignorar la historia y huir del pasado”, en Julián CASANOVA, El pasado oculto: fascismo y violencia en Aragón (1936-1939), Madrid, Siglo XXI, 1992 p. 13

[6] Ya en 2003, ante el éxito cosechado por Le Pen en 2002 cuando llegó a la segunda vuelta de las elecciones presidenciales, numerosos sociólogos y politólogos coordinados bajo la dirección de Daniel Bensaid alertaron de los peligros y trazaron varios análisis sobre la extrema derecha del siglo XXI. “Noveaux mostres et vieux démons: déconstruire l’extrême droite”, Contretemps, nº8, 2003. Disponible en red: http://www.contretemps.eu/sites/default/files/Contretemps%2008.pdf

El interés académico por el Frente Nacional no ha dejado de aumentar, tal como lo demuestran los recientes congresos y publicaciones aparecidos en Francia a raíz del ascenso del partido bajo el liderazgo de Jean Mary Le Pen. Ver: Charlotte ROTMAN: “Le Front national, «objet scientifique», Libération, 20 de junio de 2013

[7] Entre 1944 y 1951 se llegaron a sentenciar 6763 personas a muerte, de las que se ejecutaron 791. Las purgas afectaron a cerca de 350.000 personas, aunque la mayoría «de sus vidas y carreras no se vieron dramáticamente afectadas». Tony JUDT, Postguerra: una historia de Europa desde 1945, Madrid, Taurus, 2006, p. 83

[8] Para ver las implicaciones de la culpabilidad exclusiva de Alemania, Íbidem, p. 91

[9] Traducción nuestra: “en el binomio Vichy/Resistencia, la prioridad ha jugado durante mucho tiempo a favor de la historiografía de la Resistencia en detrimento de la de Vichy. Todo ha contribuido, en efecto, a privilegiar la primera por encima de la segunda: un objeto histórico exaltado, una demanda social fuerte, unas virtudes educativas [...], una memoria a la vez gloriosa y dominante” en Jean Pierre AZEMA et François BEDARIDA: “L’historisation de la Résistence” en Esprit, enero 1994, p.21. Disponible en red: http://www.esprit.presse.fr/archive/review/article.php?code=10982

[10] Éste diferenció entre la Francia de Pétain y la Francia de Laval, siendo la primera una solución para el mantenimiento de la soberanía nacional y una especie de escudo frente a la invasión alemana, mientras que la segunda representaba el colaboracionismo que se restringía a personalidades muy concretas y aliados de los alemanes. Robert ARON y Georgette ELGEY: Histoire de Vichy, 1940-1944, Paris, Artheme Fayard, 1954.

[11] Íbidem, p.32

[12] Esto lo podemos ver a la perfección en el libro France in the era of Fascism, en el que se ataca y se pone en tela de juicio la supuesta tesis de la inmunidad francesa al fascismo. Como señala su coordinador, Brian Jenkis, todos los historiadores que han aportado investigaciones para el libro son todos no franceses, a excepción de Michel Dobry.

[13] La cinta Le Chagrin et la Pietié, del documentalista Marcel Ophuls provocó también una gran conmoción, estrenándose en los cines franceses en 1971 dos años antes de que se publicase en Francia el libro de Paxton.

[14] Ernst NOLTE: Der Faschismus in seiner Epoche. Action francaise – Italienischer Faschismus – Nationalsozialismus, Münich, R. Piper, 1963. Traducido al francés siete años después, Ernst NOLTE: Le fascisme dans son époque, Paris, Julliard, 1970.

[15] Zeev STERNHELL: La droite révolutionnaire. 1885-1914 : Les origines francaises du fascisme, Paris, Seuil, 1978. También Zeev STERNHELL, Ni droite ni gauche. L’idèologie fasciste en France, París, Fayard, 2000 [1983]

[16] Un análisis del debate suscitado por las teorías de Sternhell en Antonio COSTA PINTO, “Fascist ideology revisited: Zeev Sternhell and his critics” en European History Quartely, núm. 16 (1986), pp. 465-483

[17] Zeev STERNHELL, “Morphology of Fascism in France”, en Brian JENKINS (ed.) (2005), pp. 22-64

[18] Antonio COSTA PINTO (1986)., p. 474

[19] Pierre MILZA, “Fascisme français” en J-F. SIRINELLI (ed.) (1995), p. 357. Aparece en Brian JENKINS (ed.) (2005), p. 200

[20] René RÉMOND: Les droites en France, Paris Aubier Montaigne, 1982

[21] Íbidem, p. 214

[22] Jacques NOBÉCOURT: Le Colonel de la Rocque ou les pièges du nationalisme crètien, París, Fayard, 1996

[23] Robert SOUCY: French Fascism: the Second Wave 1933-39, New Haven, Yale University Press, 1995, obra que no se traduciría al francés hasta nueve años más tarde, en 2004, lo cual muestra el poco interés que había entre los historiadores franceses por la historia que se generaba desde fuera y que ponía en tela de juicio, como ya lo había hecho Sternhell, la tesis de la inmunidad.

[24] William D. IRVINE, “Fascism in France and the strange case of Croix de Feu”, en The Journal of Modern History, Vol. 63, Núm. 2 (1991), pp.271-295

[25] Kevin PASSMORE: From Liberalism to Fascism: The Right in a French Province, 1928-1939, Cambridge, Cambridge University Press, 1997.

[26] Sean KENNEDY: Reconciling France against Democracy: the Croix de feu and the Parti social français. Montreal, McGill-Queen’s, 2007.

[27] Brian JENKINS: “The Right-Wing Leagues and Electoral Politics in Interwar France”, History Compass, nº 5/4 (2007), pp. 1359-1381

[28] Una propuesta para el estudio de la violencia política en la Francia del período de entreguerras en Chris MILLINGTON: “Political Violence in Interwar France”, en History Compass, nº 10/3 (2012), pp. 246-259

[29] Ferran GALLEGO: El evangelio fascista... p.17
________________________________________________

*CF/PSF: siglas de Croix de Feu e Parti Social François

Fonte: El Mito de Sisif (blog catalão, Espanha)
http://elmitedesisif.cat/es/fascismo/el-mito-de-la-alergia-francesa-al-fascismo-un-debate-historiografico/
Link alternativo: http://holocaust-doc.blogspot.com/2015/10/el-mito-de-la-alergia-francesa-al-fascismo-un-debate-historiografico.html
Título original: "El mito de la alergia francesa al fascismo". Un debate historiográfico
Tradução: Roberto Lucena

5 comentários:

stéphano bahia disse...

"Apesar das cenas de alguns franceses (patriotas, por assim dizer) chorando na marcha dos nazis sobre Paris, por ferir o orgulho deles sobre a França, a coisa foi até pacífica e a direita francesa adorou, consentiu, preferiam ser prostitutas dos nazistas ao "medo" (irracional) de uma revolução vermelha (socialista) apoiada pela URSS, mantra que a direita histérica fascista sempre usa pra justificar as próprias atrocidades."
me lembrei dos latinazis daqui... que apoiam golpe de estado, intervenção do Tio Sam ao socialismo... me lembrei dos vassalos cubanos que residem em Miami... tudo viuvinha de Batista..
nem falo da direitalha venezuelana, brasileira etc.

"Foi a rendição mais vergonhosa e deprimente que um país pode fazer o que a França fez na segunda guerra mundial. "
Pior que gerou piadinhas tipo... Por que Paris tá cheia de árvores? Porque os alemães querem marchar pela sombra...

"Por isso criaram o "mito" da Resistência francesa (coloco link sobre isso mais abaixo, em destaque), pra aplacar a vergonha da adesão ao nazismo (e os Aliados ligados aos EUA ainda concedem pedaço da Alemanha pra França e não punem como deveria os colaboracionistas franceses com nazistas, principalmente o Estado francês) enquanto perseguiam comunistas franceses já no fim da ocupação nazista."

A resistência iugoslava foi mais verdadeira que a francesa. Tito deu muita dor de cabeça nos nazistas, ustashas, chetniks etc. Tito liberou o país com pouco ajuda aliada. No máximo, os soviéticos ajudaram os iugoslavos a libertarem Belgrado.
De Gaulle foi 1 generaleco de 5ª categoria. Fugiu pra Londres com medo e "chefiou a resistência" a partir de lá... "coçando o saco" e tomando o "chá das 5".
Não me lembro de 1 batalha épica vencida por ele.
E tem 1 mentira que diz que a França foi 1 dos vencedores da 2GM. Mentira... URSS, EUA e GB que venceram ! A França "pegou carona"!

stéphano bahia disse...

Questões que põe em cheque os ocidentais. Toleraram a o crescimento do nazismo... inclusive anexações da Áustria, Tchecoslováquia e Memel. Foram conivente com a vitória franquista na guerra civil espanhola. Apesar de declararem guerra à Alemanha por causa da Polônia, promoveram uma "sitzkrieg", "phoney war" e "drôle de guerra". Só quando a Alemanha avançou no Ocidente é que mudaram atitude.
Outro lance bizarro foi a Operação Tocha no Norte da África em 1942. Houve certos combates entre os Aliados e Vichy. Porém... os Aliados convenceram as tropas de Vichy a mudarem de lado... inclusive o Almirante Darlan... que foi 1 forte aliado de Pétain. Essa política de perdão foi muito bizarra. Imagina se Darlan os apunhalasse pelas costas.

Roberto disse...

Vou ler com calma hoje mais tarde, mas se der pra colocar os comentários no post do "expansionismo dos EUA/Alemanha" (discussão começou lá sobre a França), é bom pq o povo geralmente só checa os posts recentes, apesar de algum post antigo ser "ressuscitado" se algum assunto sobre Holocausto e cia vem à tona na mídia ou em fóruns da web vide os posts sobre caneta de Anne Frank (já tá há semanas no topo, o Google dá estatística dos posts mais visitados, do acesso de países etc, por isso que a gente fica sabendo o que "circula" na rede sobre esses temas).

stéphano bahia disse...

Vou copiar e colar minha resposta no outro artigo

Roberto disse...

Já comentei lá.

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