domingo, 29 de setembro de 2013

A extrema-direita brasileira. Mapeamento do fascismo no Brasil - Parte 01

A razão desse post é que não gosto das matérias que saem sobre o assunto (extrema-direita brasileira) no país. Quando não são genéricas e superficiais, a maioria delas distorcem totalmente o assunto direcionando o problema pruma região do país (geralmente a região Sul) deixando sempre de mencionar que o "epicentro" desses grupos se situa em outros estados, bem como mencionar as ligações históricas dos grupos fascistas ou sempre usar um tom de "espanto" pra retratar o problema (fazem isso intencionalmente ou não, uma vez que a maior parte da população só ouviu falar disso de forma generalizada ou caricatural, tendo uma ideia imprecisa do problema). Quem lê esse tipo de assunto de forma superficial pode achar que o Brasil não passou por duas ditaduras (de extrema-direita) e vários governos restritivos no século XX.

A crítica a essa questão do direcionamento pra uma região é abordada aqui nessa matéria do historiador gaúcho René Gertz (Neonazismo no RS: “que há de verdade ou mentira em tudo isso?”), muito boa a entrevista dele. Embora eu discorde de alguns apontamentos dele sobre a definição do que são grupos neonazis, eu concordo integralmente com a ideia geral do que ele escreveu. O termo mais correto pra esses grupos seria o termo "fascista" (aí caberia a definição do que historicamente é fascismo link1 link2 link3 e neo-fascismo link1 link2 link3 link4, o que fica prum futuro post embora o resumo dos links sempre "quebra um galho"), mas como a simbologia que uma parte dos bandos usa é a nazi (o que não deixa de ser ridículo pois o partido nazista é só pra alemães, no sentido literal mesmo, embora o racismo nazi seja compartilhado por vários grupos fascistas), por essa razão fica difícil desassociar o termo "nazi" desses grupos, apesar de que nazismo é um tipo de fascismo (não a toa que existe o termo nazifascismo).

Pra comentar sobre isso, vou colocar por escrito um resumo do que vi no Orkut sobre a presença desses grupos (só citarei o que vi naquele site, não na web em geral apesar deu usar o termo web muito comumente), e estados de origem, pra deixar claro a área de atuação dos mesmos. O relato pode não ser cem por cento preciso porque são citações de memória, mas acho que consigo detalhar razoavelmente (ou de forma considerável) as áreas desses bandos na rede e alguns discursos dos mesmos.

O primeiro grupo articulado que vi na rede disseminando a negação do Holocausto no Brasil, no Orkut, era composto por integralistas. Há uma comunidade grande de Segunda Guerra no site e no começo da rede esses caras emporcalhavam a comunidade com textos negacionistas pra fazer panfletagem ao ponto de serem banidos por tumultuarem e por não se ater ao tema da comunidade. Um dos motivos pra má fama do Orkut foi a presença e proliferação desses grupos. Esse grupo ou pessoas também circulavam na desativada lista Holocausto-Doc que pertencia ao Marcelo Oliveira que era voltada pra discussão do tema (rebater as baboseiras dos "revis", com direito a vários chiliques deles). Outro ponto interessante no discurso deles é que sempre negam que sejam fascistas ou que são de "extrema-direita" com a mesma retórica negacionista, meio que "ignorando" (ou distorcendo) o que significa o termo pra gerar confusão e desinformação (com o pessoal que não distingue essas coisas).

Há outra vertente que se espalhava por lá (Orkut) que aparentemente era parte de grupos que se denominam White Power (Orgulho Branco), vulgo "supremacistas brancos", ideologia estrangeira (difundida principalmente nos EUA e Europa) importada por esses bandos. Os grupos mais ativos, numerosos e violentos se concentram no Estado de São Paulo ao contrrário do que matérias como esta (Mapa da intolerância: região sul concentra maioria dos grupos neonazistas no Brasil) apontam, direcionando o problema pra região Sul e "deixando de lado" o 'centro' desses grupos, o que acaba gerando uma distorção do problema. Há outros "furos" em vários pontos da matéria, por essa razão fiz questão de publicar o texto do René Gertz antes no blog que cito no começo do tópico com uma crítica a isso (só descobri o texto dele esse ano), que reclama/contesta com razão esse tipo de direcionamento. O fato de alguém baixar conteúdo sobre segunda guerra ou mesmo o tema (Holocausto, "revisionismo" e afins) não transforma alguém em simpatizante do nazismo e do fascismo, é um "diagnóstico" tão tosco que não mereceria nem comentário. Além de outro fato bem grave nesse tipo de afirmação/levantamento: como alguém tem acesso a downloads de usuários por estados? Há um mandado pra se ter acesso a esse tipo de informação que só diz respeito a provedores? Como se chegou a esses números sendo que isso é restrito dos provedores de internet e só são liberados quando há alguma ação da justiça? Que eu lembre esse é o procedimento pois foi algo cobrado bastante do Google (pelo MP) em relação ao Orkut. Foi a primeira coisa (a da questão dos dados do Google/Orkut) que me veio à mente quando li a matéria.

Ainda sobre os White Power, ou mais precisamente White Power-SP, esses bandos (ou bando) são compostos geralmente por descendentes de imigrantes (em parte dos que chegaram no século XIX ou mesmo século XX), provavelmente em sua quarta geração ou mais, com um problema sério de identidade com o país (odeiam ser "brasileiros" embora não se desgrudem do país) com a "choradeira" racista de "sou descendente de europeu de tal canto", com um ódio repulsivo ao país embora vários proclamem que são "nacionalistas" (de que pátria, já que odeiam a que nasceram? rs. São os famosos "fascistas sem pátria", apelido que dei a eles), buscando se autoafirmar com essa ideia de "supremacia branca" ou tentando legitimar um tipo de racismo aqui no Brasil que é mais comum nos Estados Unidos, e nisso acabam vinculado um regionalismo (ou criando um regionalismo) mitológico "racial" de que estados A, B ou C são "brancos" e que isso os "diferencia" do resto do país. É um festival de ignorância tão generalizada que a pessoa não sabe nem por onde começar ao ler tanta cretinice desses grupos.

O pior de tudo é que esse tipo de "ideia" racista não faz "sucesso" apenas com esses grupelhos (se o problema se restringisse a eles seria uma "maravilha"), eles são apenas a parte mais escancarada do problema (a fratura exposta) desse tipo de pensamento. Por trás disso rola o que já abordei aqui nesse post: História do Brasil e "revisionismo" (negacionismo) do Holocausto. O desconhecimento da História do país (não só a do séc. XIX pra cá mas principalmente do período colonial que é fundamental pra entender o país atual e sua formação, sem isso o que existe é um recorte mal contado e distorcido do Brasil) ajuda a fomentar esse tipo de recalque e de importação (e adaptação) desse tipo de mentalidade racista/preconceituosa atrofiada. A maioria dos brasileiros saem da escola sem saber o básico de História do Brasil e da formação histórica do país, o assunto História do Brasil é tratado como "coisa qualquer" ou cheio de recortes e informações enviesadas, e abrem espaço pra esse tipo de "ignorância coletiva" (mitologia) se proliferar e formar um "senso comum" calcado em preconceito e demais cretinices propagadas por esses grupos.

Há grupos ativos sim na região Sul do país, mas não são grandes ou organizados como os de São Paulo, pelo menos no que vi naquela rede social do Google. Há uma particularidade com o RS que é o fato de que há um combate efetivo das autoridades daquele Estado com o problema, coisa que se não se verifica em São Paulo onde os grupos aparentemente circulam livremente e só são desarticulados (muito remotamente) quando há uma agressão física por parte de alguns deles nas ruas.

Eu às vezes evitava fazer comentários sobre isso porque havia nas comunidades do Orkut (mesmo as contrárias a esses "revis") algumas pessoas "ultrassensíveis" (entre aspas, pois só são "sensíveis" de forma seletiva, nunca por princípio, fora alguns serem tão problemáticos quanto os neos) que ao menor sinal de crítica ou mesmo constatação de que um problema ocorre em determinado estado, mesmo se comprovando o que é dito (não se está fazendo afirmações vazias, vários fatos são de conhecimento público bastando "ligar os pontos" e mapear), começavam a dizer que isto era postura "anti-São Paulo", de quem possa ter de "ódio de tal estado" e toda aquela choradeira ridícula e intelectualmente desonesta que fazem pra não se discutir o assunto ou abafar/travar totalmente qualquer discussão. Eu costumo dizer que esse tipo de pessoa também é parte do problema do que "solução", embora aparentemente se "oponham" a esses grupos, mas não ao preconceito que os gera, porque esses grupos de extremistas são frutos do meio em que vivem e se criaram, repetem o que assimilaram em casa ou nas ruas. Por sinal, é um alívio sem tamanho não ter que dividir mais o mesmo espaço com esse tipo de pessoa "ultrassensível" (de forma seletiva) já que numa rede social não é tão fácil cortar este tipo de presença inconveniente e bastante desagradável.

A maior parte dos "revis" que vi circular no Orkut eram de São Paulo, uma parte do Rio (comento sobre essa vertente logo abaixo) e vários dispersos dos três estados do Sul do país e outros estados do país. Eu costumo não dar relevância a estes últimos pois não conseguem formar grupos espalhados país afora, e dependendo do Estado em que vivem é meio que "dar uma de kamikaze" abraçar esse tipo de asneira pois pode haver repressão severa, não só da polícia como da própria população que não tolera certos comportamentos como esse.

Os grupos do Rio em geral não se identificam com essas denominações de São Paulo, adotam mais uma linha de "nacionalismo" brasileiro mas também seguem a cartilha antissemita do integralista Gustavo Barroso, com as "teorias" de que "judeus dominam tudo" e aquele bla bla bla enfadonho e paranoide típico desses grupos de extrema-direita de cunho fascista. Isso quando não enveredam pelo assunto Oriente Médio, Israel etc.

Em geral os extremistas virtuais catarinenses costumam não ser tão agressivos como os demais "revis" e vi muito poucos. O fenômeno no Sul (região) também pode se explicar em parte por se tratar de um caldo cultural em virtude da confusão criada pelo nazismo com a identidade alemã e o período histórico da segunda guerra (que aprofundou essa confusão identitária), mas o fenômeno da extrema-direita fascista não fica restrito a descendentes de alemães, pelo contrário, pra meu espanto a maioria do que vi nesses bandos são descendentes de outros grupos de imigrantes que seguem a linha do fascismo/autoritarismo de direita e xenofobismo, usam esse tipo de ideologia pra "autoafirmação étnica" seja lá qual for, o que é (mais uma vez) engraçado pois no Brasil o grupo europeu predominante (em números e culturalmente) é o português (grupo ao qual eu e boa parte do país fazemos parte), e é "curioso" ver como esses caras querem "instituir" um Reich "ariano" nos trópicos, com chavões em "alemão" da época do nazismo, sem saber falar alemão, falando português ou ignorando "esse fato" da influência cultural majoritária de Portugal na formação do país, um pequeno "detalhe" que por exemplo faz com o que o idioma oficial do país seja o português e não o italiano ou outros idiomas (algo óbvio pra qualquer pessoa, mas não pra neofascistas "revis"). É um negócio tão sem noção (ridículo) que deixaria um neonazi alemão ou extremista de direita europeu desorientado.

E como citei acima, vários desses "revis" ou neos (que se apresentam dessa forma) têm sobrenomes não-alemães, eu tinha o costume de sempre ver o sobrenome e fazer um levantamento "de cabeça" de qual grupo pertence. Uma parte tem sobrenome italiano, em segundo lugar (ou primeiro) aparecem os sobrenomes portugueses, e segue a "mistureba" de grupos "étnicos" dentro do próprio bando "étnico ariano puro" (rsrsrs). Um dado curioso pra esse pessoal pensar sobre a cretinice que professam é que o italiano original está bem distante do que um nazi alemão idealizava como "ideal ariano" na Europa (com influência pesada do nordicismo), fora serem latinos, e a maior parte dessa concentração de pessoas com este perfil ideológico fascista atrelado a "colônias" se situa também em São Paulo (mas não só lá, apenas destaco por ser o principal e sempre quando se fala no assunto direcionam pra uma região meio que transformando o assunto em fumaça).

Por que a ênfase em determinado Estado? Primeiro, por motivos óbvios, é pelo fato da maior parte desses bandos ser de lá (então não dá pra "florear" e "colocá-los" em outro estado só pra não "chatear" A, B ou C), em segundo lugar é que chama a atenção principalmente a não-ação do poder público em São Paulo pra combater o problema, só agindo quando há ataques físicos mas nunca na prevenção ou educação (combate a esse tipo de "ideia" desmontando o discurso deles mostrando que é algo furado, falso) como da não remoção de sites e afins (desarticulação) e desmanche dos bandos. E como disse mais acima, entra a questão regional no problema de parte dessa extrema-direita fascista bizarra, problema esse que vem aflorando e se acirrando desde a redemocratização do país (1985) e que ficou mais evidente a partir de 1994. Eu considero aquele caso de 2010 logo após o término das eleições parte do mesmo problema (neofascismo e essa ideia de "supremacia branca"), e isso é tratado com "tabu" no país, ou por ignorância ou com a famosa postura do brasileiro (generalizando) de "não quero saber disso porque é chato" ou porque toca em alguma "ferida" (só pra empurrar o problema com a barriga por pura covardia).

Só pra deixar claro, não me sinto atingido por esse tipo de "ataque" (chilique ou agressão extremada, já que rixa regional sempre vai existir em algum nível, mas há uma conotação "racial" nesse caso mencionado) estúpido regional porque considero isso coisa de gente burra e outros adjetivos que não dão pra colocar aqui. O fato é que alguém pode sair "machucado" de fato por conta da irracionalidade de quem demonstra essa postura (não só o alvo do ataque como a própria pessoa que ataca tomando um revide mais violento, o que não é improvável de vir a ocorrer), então se faz necessário combater a coisa pra que não se prolifere e crie uma cultura de ódio que descambará fatalmente em um conflito maior, em suma, deve-se combater isso pra que não se chegue a um extremo de ruptura e conflito generalizado, no Brasil não levam isso a sério mas o que já rolou de sangue na Europa e no resto do mundo por conta dessas "ideias" deixaria esse post pintado de vermelho (cor de sangue). Mas o assunto tem que ser tratado sem o vitimismo ou recalque que a mídia adota quando cita o nome de determinada região de forma genérica evitando mencionar os estados pelo nome (por menosprezo, recalque ou estupidez). Por sinal a própria mídia brasileira é uma das principais responsáveis por cultivar esse tipo de atrito regional ou de reproduzir o problema sem nunca ir a raiz do mesmo.

Pois bem, dito isso, eu não postarei aqui jamais novamente matérias que falam no assunto omitindo o epicentro desses bandos, omitindo o nome do principal bando que dissemina negacionismo do Holocausto e afins (o do integralismo como citei no começo) e direcionando o problema pra outros estados pela associação de presença de descendentes de alemães com a questão do nazismo, sendo que a maior parte dos perfis que vi no Orkut que se autodenominavam neonazis/fascistas ou "revis", como citei acima, era de gente com sobrenome italiano, português e sobrenome de outras nacionalidades e obviamente que há descendentes de alemães que se identificam com a extrema-direita e se encaixam no mesmo grupo-problema. Esse relato põe abaixo a associação de que neonazismo no Brasil está diretamente relacionado a descendentes de alemães no país, ideia esta que acaba distorcendo totalmente a compreensão do problema do extremismo de direita (de cunho fascista) e da negação do Holocausto no Brasil. Há várias contradições entre esses bandos, principalmente dos que se dizem nacionalistas brasileiros e dos "importadores" de "supremacismo branco" embora andem juntinhos pra difundir a intolerância e o ódio à democracia (a maioria absoluta deles é simpatizante de regimes ditatoriais de direita). Neonazismo é como se chama em geral o próprio neofascismo, por ser um nome mais popular e de maior impacto, embora etimologicamente não seja correto.

Outra observação sobre algo que me irrita é sobre o senso comum e clichês como este a seguir: "Mas é absurdo haver isto no Brasil, um país miscigenado, como pode!". Não é absurdo ocorrer isso no Brasil, até gostaria que fosse, mas seria estranho não haver este problema num país com passado de mais de 3 séculos de escravidão por racismo e políticas de eugenia (branqueamento da população brasileira no século XIX). E há que fazer outro destaque no problema pois em geral há uma mistura terrível de termos: nem todo racista é neonazista/neofascista. O racismo nem sempre está atrelado a grupos políticos, só que o atrelamento do racismo a grupos políticos potencializa consideravelmente o problema.

O Brasil é um país com passado escravagista, eugenista (A eugenia no Brasil), onde o governo monárquico de D. Pedro II por racismo quis "branquear" a população brasileira por considerá-la como algo "inferior" (por ser "não-branca" pros "padrões europeus"), esse foi um dos motivos pelo qual trouxeram imigrantes europeus em massa no século XIX pro país, não só pra substituir a mão-de-obra escrava negra que seria liberta naquele século, como para "branquear" a população do país (país que se consolidou de fato no século XIX pois poderia ter sido desmembrado com os movimentos de independência daquele século-chave da história do país) pois achavam que um país só poderia ser desenvolvido se fosse "branco". Muita gente com um ideário racista comunga dessa ideia até hoje (se alguém pensar que isso se resume a grupos "neonazis"), só que sempre esquecem dos países pobres e em crise com população branca (Grécia, Espanha, Portugal, a própria Itália), daí começam a criar "sub-racismos" pra "explicar" a crise nesses países também ("ah, mas é porque o Sul da Europa não é loirinho, é católico etc").

A escravidão no Brasil foi até pior que a escravidão no Reich nazista, só não chegou as raias do extermínio (o Reich nazista não se resumiu ao trabalho escravo). A exclusão de cidadãos negros e mestiços (negro com branco, ou várias misturas) foi total e brutal e tem marcas até hoje, a maioria dos escravos libertos foram viver em favelas com esta exclusão 'racial' imposta pelo Estado, não a toa que as favelas costumam ter "cor" e muitos brasileiros que acham ou tentam passar a imagem de que não são preconceituosos tentam negar esta realidade quando tentam combater a ação de reduzir ou eliminar esta exclusão ("racial") no Brasil, que não deixa de ser um acerto de contas com o passado escravagista do país, algo que a Alemanha fez com sucesso com o passado nazista por lá.

O meu relato acima, bem resumido (embora grande, até porque é impossível resumir muita informação em três linhas) e genérico (pois serve pra informar e criar um distanciamento de ideias erradas que são passadas na mídia quando abordam a questão, criando mais desinformação do que informação), foi feito em cima do que presenciei em várias comunidades pela web (refiro-me ao Orkut). Não quero dizer que é o raio-x mais exato da questão, e tampouco tem a pretensão de ser o mais aprofundado, mas... sem qualquer exagero, se alguém quiser estudar o fenômeno, pode se guiar pelo que foi descrito acima pois poderá constatar facilmente o que foi citado. O assunto não é combatido como deveria e tratado como caricatura (esse extremismo vai muito além de meros bandos de carecas com suástica, como eu disse, há até atritos regionais no meio com conotações racistas). Combater o problema ignorando esses detalhes é o mesmo que ficar combatendo às cegas aquilo que não se compreende, ou seja: não resolver coisa alguma e camuflar o preconceito existente e suas origens e construções.

Em virtude do que foi dito, acho lamentável ver matérias narrando o problema do "neonazismo" no Brasil, que eu chamaria de extrema-direita (pois não se resume a um bando com "suástica"), direcionando e resumindo a questão ao Rio Grande do Sul e demais estados do Sul do país, e até sobre "cangaceiros nazis" da "terra de Lampião". Quando li isso achei que era gozação, mas escreveram a sério. Eu já comentei o assunto neste post sem citar a matéria (o que faço agora), pois foi a primeira coisa que me veio à mente quando li a matéria do link, é surreal ler um troço desses, mesmo porque dá pra interpretar de várias formas, uma delas como bairrismo porque a "terra de Lampião" é o Estado de Pernambuco (eufemismo é uma forma de não citar diretamente o nome mas dando referências de que se trata), mais precisamente a cidade de Serra Talhada, que fica na parte oeste do interior do Estado (Mesorregião do Sertão), e há uma certa rixa histórica entre Bahia-Pernambuco que não vou me ater a detalhar aqui, como também não quero crer que a razão da citação se deu por conta desse tipo de babaquice, embora não me surpreenderia se fosse pois já li comentários mais hostis a pernambucanos e Pernambuco vindo de estados vizinhos. Fico imaginando a cena do "cangaceiro nazi", só rindo disso. Esse tipo de "detalhe" passa batido da maioria que lê o texto, mas foi uma das coisas que reparei de cara, e lembrei do Sr. René Gertz comentando e reclamando do mesmo problema (primeiro link do post) em relação ao estado dele (e a região Sul em geral) e a questão dos descendentes de alemães no Brasil.

Essas matérias, intencionalmente (ou não), acabam deixando de lado a questão de São Paulo no problema e a proliferação desses bandos no mesmo Estado. É bom se dar "nome aos bois" (como se diz nas ruas, "chamar a criança pelo nome"), pois assim param com essa 'idiotia' de propagar que isso (neonazismo) é um "problema nacional" quando na verdade o problema está mais pra algo regional ou mesmo setorizado em uma região, mais restrito a alguns estados ou Unidade da Federação.

Eu posso tentar depois, caso haja discussões sobre o texto, detalhar mais o texto, porque quando há discussão a gente acaba lembrando de mais detalhes e amarrando melhor as memórias dispersas. E como o texto foi sendo escrito enquanto se resgatava coisas da memória, pode passar a impressão de repetição mas reli e está bem dividido embora não seja de fato um assunto agradável. Irei revisar o texto se, ao reler, quiser reparar certas partes.

Aproveitando o post, sugiro a quem tiver interesse a leitura desta tese (em PDF) sobre o (neo)integralismo no Brasil:
Integralismo e ideologia autocrática chauvinista regressiva: crítica aos herdeiros do sigma (de Jefferson R. Barbosa).

O PDF tem 717 páginas, a tese e detalha com precisão o fenômeno do "neointegralismo", ou seja, fala sobre a organização e o "ressurgimento" da turma do Sigma (integralistas ou "galinhas verdes"). A minha ênfase nesse grupo se dá porque, além de ser o grupo mais organizado desses da extrema-direita de cunho fascista, e com histórico forte no período pré-segunda guerra no país e após (através de seus ex-membros históricos), uma das figuras centrais na difusão da negação do Holocausto na web, vide a lista que citei no começo do post, era um integralista. A tese do PDF sobre neointegralismo detalha e mapeia bem o fenômeno (ou parte dele, da extrema-direita fascista) no país, e incrivelmente acho que não saiu como livro. Quem quiser entender a proliferação da negação do Holocausto precisa entender o que pensam esses grupos.

Espero que ao "mapear" o problema, que isso não transforme o post em local pra denuncismo (eu já disse antes o que penso disso, a função do blog é informar, trazer conhecimento e não fazer "justiçamento"), há órgãos apropriados pra se fazer isso (denúncias). Eu sei quais grupos disseminam essa lixarada na web e não se combate isso com atrito em virtude das restrições de discussão que há no país (principalmente depois da judicialização que criaram com o Orkut, fruto desse comportamento de "justiceiros"). Os "revis" no Brasil se perpetuam através do "atrito" e de bate-bocas idiotas, e boa parte deles ("revis") evita discussão a sério (chegam logo com intimidações ou panfletagem de quinta). O blog não é fórum de "debates", pra esse fim existe o RODOH (que todos eles fogem).

Voltando ao assunto anterior do neointegralismo, há outros textos muitos bons sobre esta questão que quando conseguir localizar (muitos textos ficam perdidos pelo blog) e organizar um a um, gostaria de colocar aqui (sobre a questão nacional e regional), mas fica pruma outra ocasião. Em todo caso, achei alguns, seguem os links abaixo:

Neointegralismo e as direitas brasileiras: entre aproximações e distanciamentos (Odilon Caldeira Neto)
Galinhas Verdes ou Galos de Briga? Neointegralistas, memória militante e o uso da charge como estratégia política (Odilon Caldeira Neto)
A ideologia do Sigma hoje. Neointegralismo, intolerância e memória (Natália Reis)
Eles querem ‘endireitar’ o Brasil (Pablo Nogueira, PDF)
Proletários e nacionalistas: Skinheads e integralistas no Brasil contemporâneo (Jefferson R Barbosa)
Pensamento da direita e chauvinismo na América Latina (Márcia Regina Carneiro)
O Neointegralismo e a questão da organização partidária (Odilon Caldeira Neto)

Observação1: caso o autor do PDF (do texto sobre o neo-integralismo) leia o post e não queira o link aqui, posso remover.

Observação2: colocarei os links depois que publicar o post, a medida que for relendo o texto.

20 comentários:

Daniel Moratori disse...

Muito bom o texto, tanto para quem é mais leigo no assunto, como quem já está por dentro, nos meios;acho que esse post só teve a somar em conhecimento e utilidade.

É muito taxado o sul do pais por conter a maioria dos grupos neonazistas, mas pelo orkut deu pra ver onde a maioria se encontra, pelo menos em questões virtuais. Mas quem ler o texto vai ter uma outra visão nessa quantificação de grupos neonazistas nos estados, foi bem direto e abrangente seu texto. Por sinal, vou pegar pra dar uma olhada nos links sobre o integralismo que passou, pois não conhecia.Aqui em Juiz de Fora essa corja integralista floreia, ainda mais nesse ramo de Integralismo Linear. Um desses tentou candidatura para vereador, mas foi pífio em votos. Falando nos integralistas, são eles que disseminam em quantidade essa lixarada de informação pela internet aqui no Brasil, e ficam em total conivência com grupos neonazistas, só faltam andar de mãos dadas.

Sobre a divulgação dos dados apresentados na matéria da Adriana Dias, fica a duvida em como teve acesso aos números de downloads, como comentamos já.

A aula resumida sobre historia do Brasil acho que pode situar os leitores a terem uma reflexão sobre o racismo no em nosso país, pois não é um fenomeno novo.

A parte "fascistas sem pátria" foi hilaria.

Daniel Moratori disse...


Muito bom o texto, tanto para quem é mais leigo no assunto, como quem já está por dentro, nos meios;acho que esse post só teve a somar em conhecimento e utilidade.

É muito taxado o sul do pais por conter a maioria dos grupos neonazistas, mas pelo orkut deu pra ver onde a maioria se encontra, pelo menos em questões virtuais. Mas quem ler o texto vai ter uma outra visão nessa quantificação de grupos neonazistas nos estados, foi bem direto e abrangente seu texto. Por sinal, vou pegar pra dar uma olhada nos links sobre o integralismo que passou, pois não conhecia.Aqui em Juiz de Fora essa corja integralista floreia, ainda mais nesse ramo de Integralismo Linear. Um desses tentou candidatura para vereador, mas foi pífio em votos. Falando nos integralistas, são eles que disseminam em quantidade essa lixarada de informação pela internet aqui no Brasil, e ficam em total conivência com grupos neonazistas, só faltam andar de mãos dadas.

Sobre a divulgação dos dados apresentados na matéria da Adriana Dias, fica a duvida em como teve acesso aos números de downloads, como comentamos já.

A aula resumida sobre historia do Brasil acho que pode situar os leitores a terem uma reflexão sobre o racismo no em nosso país, pois não é um fenomeno novo.

A parte "fascistas sem pátria" foi hilaria.

Roberto disse...

"É muito taxado o sul do pais por conter a maioria dos grupos neonazistas, mas pelo orkut deu pra ver onde a maioria se encontra, pelo menos em questões virtuais. Mas quem ler o texto vai ter uma outra visão nessa quantificação de grupos neonazistas nos estados, foi bem direto e abrangente seu texto."

Daniel, obrigado pelo comentário. Mas isso sempre me incomodou porque, propositalmente ou não (me custa a crer que esse pessoal que "mapeia" isso nunca tenha notado a frequência desse discurso racista e fascista em SP, bem como os bandos), quando sai matéria sobre o problema no país são aquelas matérias sensacionalistas e que nunca vão a fundo à raiz do problema, que é bem mais embaixo, que passa invariavelmente pelo "branqueamento" do Brasil no século XIX e o ressurgimento de discursos separatistas agora com racismo incluso e mitologias "raciais" (totalmente falsas) inventando outro "passado" pro país (endossando em grande pela grande mídia que cria essa visão massificada pro país inteiro).

Roberto disse...

"Por sinal, vou pegar pra dar uma olhada nos links sobre o integralismo que passou, pois não conhecia.Aqui em Juiz de Fora essa corja integralista floreia, ainda mais nesse ramo de Integralismo Linear. Um desses tentou candidatura para vereador, mas foi pífio em votos. Falando nos integralistas, são eles que disseminam em quantidade essa lixarada de informação pela internet aqui no Brasil, e ficam em total conivência com grupos neonazistas, só faltam andar de mãos dadas."

Eu sabia que havia um grupo integralista aí, o Odi (o cara que escreveu alguns dos textos dos links) havia comentado sobre isso uma vez ou sobre um fórum sobre integralismo aí em Juiz de Fora e iria ter presença deles. É incrível que o principal grupo que dissemina negacionismo na rede nem sequer seja mencionado quando o assunto negação do Holocausto é citado em matérias da mídia brasileira, omissão por ignorância ou simplesmente conivência (evitam falar dos grupos de extrema-direita por questões ideológicas.

Roberto disse...

"Sobre a divulgação dos dados apresentados na matéria da Adriana Dias, fica a duvida em como teve acesso aos números de downloads, como comentamos já."

Exatamente, e isso não é um problema qualquer, eu não entendo como a pessoa faz uma afirmação dessas sem se dar conta que esse tipo de levantamento, se houve, é só por meio judicial. Acessar dados/downloads de servidores/provedores sem ordem judicial é crime, simples assim. Pior ainda são as conclusões com base sabe-se lá em quê pois não ponho "fé" nos números, como se determina que uma pessoa é nazi por número de downloads e o que se lê? Sinceramente, quando li isso eu fiquei perplexo que essas matérias/jornais/revistas não tenham feito uma simples pergunta como essa só pra se esclarecer esses pontos obscuros. Pra não falar no comentário sobre o neonazi da terra de Lampião, isso aí foi a "cereja do bolo", sem comentários.

Depois ainda perguntam porque eu cismo com esses textos feitos no país sobre esses assuntos, é por conta dessas bizarrices que a gente acaba lendo. São assuntos sérios que não podem ser tratados dessa forma, jogados ao vento como bem der na telha já que pouca gente vai contestar isso porque o número de gente que lê ou gosta do tema é pequeno embora tenham massificado a temática de segunda guerra (mas com aquele senso comum raso e com muito moralismo no meio).

Roberto disse...

"A aula resumida sobre historia do Brasil acho que pode situar os leitores a terem uma reflexão sobre o racismo no em nosso país, pois não é um fenomeno novo."

Exatamente. Quando eu leio textos tratando o assunto como se fosse "algo novo" ou que só apareceu na segunda guerra, o estômago embrulha. Quer dizer que um país com passado de mais de 3 séculos de escravidão por racismo precisa importar ideologia racista alemão da segunda guerra pra ser racista ou "produzir" racistas? Em que planeta esse pessoal vive? É o velho tabu sobre o assunto, de manter aquela ideia de Brasil "paraíso tropical da democracia racial" usado principalmente na ditadura Vargas e que teve sequência nos governos posteriores, uma forma de mascarar o racismo e o passado racista do país e continuar mantendo a prática (o status quo disso inalterado). É preciso tocar o dedo na ferida mesmo que a turma histérica (quando se toca no assunto) fique esperneando e dando chiliques negando o passado escravagista não honroso do país.

"A parte "fascistas sem pátria" foi hilaria."

Em geral é como vejo esses "neos" da web no país, "eu sou ariano, sou descendente de pa-ta-ti, pa-ta-tá", etc, fascistas sem pátria, nunca vi isso, todo fascista tem uma "pátria" pra "defender" pelo menos (usar pros fins políticos tortos deles), nem isso esses neos brasileiros têm, fora o ódio patológico com o próprio país. O pior de tudo é que tem muito brasileiro de classe média que comunga dessa "visão de mundo" deles, isso sim é preocupante e mais sério até que esses elementos (que só escancaram radicalmente o pensamento extremista e segregador/racista que existe em determinadas cidades ou Estados).

Daniel Moratori disse...

Juiz de fora tem bastante galinha verde. Os integralistas não são citados em quase nada quando se fala de negação do Holocausto, e eles trabalham livremente dessa forma. E essa corja está em Brasilia, isso que me dá mais raiva ainda.

A Adriana Dias deve ter usado algum programa de espionagem americano, já que está na moda besbilhotar coisas alheia. Seria bom saber de onde ela conseguiu tais informações, me aguça a curiosidade.

A discriminação de raças é meio que semi-velada,pois é só o cara se exaltar um pouco que começa a destilar o racismo. Não se viu o Joaquim Barbosa falando que a propria justica brasileira é racista:

http://revistaforum.com.br/blog/2013/05/joaquim-barbosa-admite-que-midia-brasileira-e-de-direita-e-que-a-justica-e-racista/

Ele desenterra até do Castan.

Roberto disse...

"Juiz de fora tem bastante galinha verde."

Daniel, pode aproveitar e fazer um ensopado de frango, rsrsrsrsrsrs.

"Os integralistas não são citados em quase nada quando se fala de negação do Holocausto, e eles trabalham livremente dessa forma. E essa corja está em Brasilia, isso que me dá mais raiva ainda."

Exatamente, e pra não citar que não é algo novo, naquele documentário A Cultura do Ódio de 1992 (veja a data, 21 anos) aparece um galinha verde negando o Holocausto, mais num programa de debate da Bandeirantes acho que de 1989 também fazendo o mesmo, não chega nem a ser algo novo, mas sempre que citam esses bandos no Brasil nunca mencionam a turma do Sigma como "parte da tropa". A não citação deles não pode ser por ignorância apenas.

"A Adriana Dias deve ter usado algum programa de espionagem americano, já que está na moda besbilhotar coisas alheia. Seria bom saber de onde ela conseguiu tais informações, me aguça a curiosidade."

Exatamente, se os "revis" fossem menos toscos e tapados (eles vivem surtando vendo "sionistas" por todos os lados como o bando de paranoicos que são) teriam questionando esse levantamento de dados que ela alega nas matérias, é algo absurdo pois isso eu lembro bem, o rolo foi tão grande com o Google em relação ao Orkut por conta disso (porque os dados ficavam hospedados nos EUA) quando o MP ia pra cima tentando processar algum grupo, que transferiram a coisa pro Brasil e só quem tem acesso a downloads são provedores/servidores, e/ou alguém com ordem judicial, seria bom que ela explicasse como obteu esses dados de downloads por estado pois há claramente na afirmação invasão de privacidade se não houve alguma ordem pra isso.

Eu fico perplexo com as baboseiras que leio desse tipo de pessoa na imprensa e o despreparo da mesma (imprensa brasileira) tratando esses assuntos, e simplesmente fazem de conta que não leram crítica alguma aqui (eu sei que esse blog é lido por muita gente).

Roberto disse...

"A discriminação de raças é meio que semi-velada,pois é só o cara se exaltar um pouco que começa a destilar o racismo. Não se viu o Joaquim Barbosa falando que a propria justica brasileira é racista:

http://revistaforum.com.br/blog/2013/05/joaquim-barbosa-admite-que-midia-brasileira-e-de-direita-e-que-a-justica-e-racista/

Ele desenterra até do Castan."


Mas falar isso com esses direitistas sectários do país é como falar com uma parede, os caras dão sempre um jeito de meter PT e esquerda no meio e toda aquela baboseira que a Veja prega há mais de uma década (panfletagem de quinta categoria) pra varrer o problema pra debaixo do tapete com a polarização e radicalização da discussão política no país levando a coisa pruma discussão irracional e emocional, coisa que eu sempre evito mas minha paciência com esse pessoal sectário já se esgotou faz tempo.

O cômico (pra não dizer trágico) é quando esse pessoal sectário acha que estão me levando (ou mesmo a gente pois vc sofre o mesmo lá no teu blog) no papo como se estivessem discutindo com um idiota tentando pregar ou "catequizar" (coisa pra gente miolo mole/crédula e uma ofensa pra alguém mais 'safo').

Daniel Moratori disse...

No documentario Cultura do Ódio tem mesmo um integralista negando o Holocausto. Tem muito skinhead "integralista" que fica com discurso de "contra neonazista" mas que fica destilando ódio nesses meios, com desculpas futeis de contra sionismo e etc...papo furado. Mas o problema mesmo nem são esses "radicais", mas os "passivos" que vão ocupando pouco a pouco cadeiras no congresso, agindo de forma velada. Só o fato do apoio ao Golpe Militar de 1964, já mostra a sanidade desses loucos.

Pessoal deveria dar uma lida no texto e nos links que você passou, são muito interessantes.

Mas falar isso com esses direitistas sectários do país é como falar com uma parede, os caras dão sempre um jeito de meter PT e esquerda no meio e toda aquela baboseira que a Veja prega há mais de uma década (panfletagem de quinta categoria) pra varrer o problema pra debaixo do tapete com a polarização e radicalização da discussão política no país levando a coisa pruma discussão irracional e emocional, coisa que eu sempre evito mas minha paciência com esse pessoal sectário já se esgotou faz tempo.

Isso tambem é um problema do proprio brasileiro, que não se importa com politica, que acha que esquerda e direita são apenas 2 partidos, mais resumidamente PT e PSDB. Maioria engole o que a Veja diz, pois nem imagina a orientação politica da mesma. Infelizmente, brasileiro tem pavor a História e a Politica, o que faz desconhecer totalmente a historia do seu país e o envolvimento politico para chegarmos onde estamos.

Os textos desse Odilon são interessantes.Ele participa do grupo de estudos sobre "Integralismo e Outros Movimentos Nacionalistas", o qual os integrantes vieram em Juiz de Fora no IV Encontro Nacional de Pesquisadores do Integralismo, em 2010, se não me engano.

Roberto disse...

"Mas o problema mesmo nem são esses "radicais", mas os "passivos" que vão ocupando pouco a pouco cadeiras no congresso, agindo de forma velada. Só o fato do apoio ao Golpe Militar de 1964, já mostra a sanidade desses loucos."

Perdi o comentário enquanto postava, esse blogger tá de brincadeira, vou tentar reescrever.

Você foi direto ao alvo. Esse pessoal "revi" está intimamente ligado ao pessoal filhote da ditadura de 64, ou seja, o pessoal que não é contra ditadura e que por ventura é "contra" eles, no mínimo são um poço de incoerência e não está "combatendo" esses caras. Os "revis" têm uma agenda pró-ditadura de direita, sempre tiveram, quem quiser ignorar isso por ignorância ou sectarismo depois não reclame deles se espalharem.

Roberto disse...

"Mas falar isso com esses direitistas sectários do país é como falar com uma parede, os caras dão sempre um jeito de meter PT e esquerda no meio e toda aquela baboseira que a Veja prega há mais de uma década (panfletagem de quinta categoria) pra varrer o problema pra debaixo do tapete com a polarização e radicalização da discussão política no país levando a coisa pruma discussão irracional e emocional, coisa que eu sempre evito mas minha paciência com esse pessoal sectário já se esgotou faz tempo."

E sei se vc notou, pode ver que esses jornais do Brasil, salvo exceções, mal noticiam o problema ou quando noticia é com aquele sensacionalismo barato de quinta dissociando eles de qualquer ligação com a direita tradicional, como se houvesse uma concordância velada com essa extrema-direita.

"Maioria engole o que a Veja diz, pois nem imagina a orientação politica da mesma. Infelizmente, brasileiro tem pavor a História e a Politica, o que faz desconhecer totalmente a historia do seu país e o envolvimento politico para chegarmos onde estamos."

Eu fiz questão de nunca colocar nada da Veja no blog, também cortei jornais que em 2010 foram defender aquela Petruso naquele episódio de conflito regional protagonizado por ela, tem um certo jornal de São Paulo que eu cortei inclusive os posts dele no blog só não deu pra substituir tudo ainda (falam uns 6 posts). Eu boicoto mesmo, sem pena, é assim que se corta o mal pela raiz, mas concordo com o que você disse, o brasileiro médio é alienado e viciado em TV, acha que a verdade só sai nesses jornais e emissoras viciadas manipulando informação o tempo todo, hábito adquirido na ditadura.

Roberto disse...

"Os textos desse Odilon são interessantes.Ele participa do grupo de estudos sobre "Integralismo e Outros Movimentos Nacionalistas", o qual os integrantes vieram em Juiz de Fora no IV Encontro Nacional de Pesquisadores do Integralismo, em 2010, se não me engano."

Foi o Odi (apelido dele) quem me passou um dos textos sobre integralismo diretamente, ele participava da H x "R" mas comentava muito pouco mas sempre que tinha algo sobre integralismo ele vinha falar. Gente fina e um dos poucos que dão atenção a essa questão dos integralistas e do negacionismo, ligação essa que foi cinicamente e simplesmente omitida nessas entrevistas sobre "neonazismo" no Brasil pra essas revistas e afins (que fiz questão de descer o malho no post e mostrar a quantidade de besteira que saem nessas matérias).

E esse é o primeiro post sobre essa extrema-direita brasileira, eu ainda espero fazer outro, rsrsrsrs.

Odilon C. Neto disse...

Em meio a redação da minha tese para o processo de qualificação, caio sem querer aqui nesse site. Vejo que falam de mim (ufa! muito bem, por sinal, talvez até demais, rs).

Roberto, fico feliz que você continua lendo o que escrevo, de fato você sempre foi um bom interlocutor. O fim do Orkut e a correria da vida acadêmica tornaram esse diálogo mais dificil, mas me comprometo a visitar o blog com mais frequência.

Abs,
Odilon

Roberto disse...

Odi, você sempre será bem-vindo (me desculpando por não ter comentado antes) e faço questão de divulgar e publicar teus textos pois sei da seriedade com a qual você trata o assunto (fora a qualidade, sem nenhuma rasgação de seda).

Teu único problema é torcer pro 'Parmera' (tou brincando, hahahaha, respeito muito o Palmeiras, não só pelo histórico do clube como por ter jogado a série B cumprindo o regulamento ao contrário de certos clubes-máfias que adoram virada de mesa junto com a CBF e a Globo, essa a verdadeira "dona" do futebol do país hoje e responsável pela destruição do campeonato brasileiro).

Abs. e pau nos galinácios verdes, rsrsrsrsrs.

Daniel Moratori disse...

Não sabia dessa de você estar substituindo as postagens por causa da fonte, isso é boicote mesmo. Falamos do cara,ele apareceu.

Roberto, se se referiu ao Fluminense quando falou "certos clubes-máfias que adoram virada de mesa junto com a CBF e a Globo", nossa amizade está preste a acabar. Foi apenas uma questão de "sorte' do Flusão..kkkkk

Roberto disse...

"Não sabia dessa de você estar substituindo as postagens por causa da fonte, isso é boicote mesmo. Falamos do cara,ele apareceu."

Desde 2010. Aquele jornal Folha de SP colocou uma entrevista com uma "professora" da USP (lembro de memória) defendendo aquela fedelha Petruso, não pensei duas vezes, não coloco nenhum texto vindo desse jornal e evito ao extremo colocar dos demais do naipe dele. É o famoso "bateu, levou", jornal que dá voz a racistas e gente preconceituosa (sem caráter e escrota) não merece qualquer pingo de consideração. Só lamento não ter conseguido ainda remover todas as matérias desse jornal, mas restam muito poucas.

De fato o Odi apareceu, gente fina, só tem um defeito: é palmeirense, rsrsrsrsrs.

"Roberto, se se referiu ao Fluminense quando falou "certos clubes-máfias que adoram virada de mesa junto com a CBF e a Globo", nossa amizade está preste a acabar. Foi apenas uma questão de "sorte' do Flusão..kkkkk"

Não lembro dessa parte (vou reler depois) mas tenho certeza que não foi com o Fluminense e sim com aquela bactéria criada em laboratório pela Globo que tem sede na Gávea e infelizmente é "rubro-negro", rsrsrsrsrsrs.

O tal Flamídia é a encarnação perfeita do que tem de mais podre no país, um clube que não passava de um Bangu até 1980 (ou nem isso) ganhar projeção nacional por ser o clube do dono da Rede Globo, e nem preciso citar as bandidagens desse clube e do papel que ele exerce na projeção de poder dessa emissora no país nos rincões ignorantes. Se Goebbels tivesse time, torceria pro Flamídia (é a cara dele), rsrsrsrsrs.

O Flamerda só existe porque a CBF e a Globo dão aval a esse clube, no dia que essa emissora desaparecer (não vai durar pra sempre), ele volta a ser o que sempre foi, um time sem expressão do Rio que só adquiriu projeção por conta dessa emissora cria da ditadura militar.

Roberto disse...

É escroto e escroque um jornal que dá voz a uma "professora" (que deveria ter o título cassado por isso) defendendo uma cidadão que foi condenada pela justiça por preconceito colocar matérias sobre o Holocausto. Chega a ser um escárnio, mas a mídia brasileira e merda dá quase na mesma coisa (com exceções, obviamente, senão estaria tudo perdido).

olhoaberto disse...

Sds .
Aqui quem entre em contato é Jefferson, da tese sobre integralismo contemporâneo. Saiu em livro. segue o link do e-book.
abs
J

http://editoraunesp.com.br/catalogo/9788568334683,chauvinismo-e-extrema-direita

Roberto disse...

Jefferson, com anos de atraso, eu publiquei e divulguei o livro (vou até fazer post novo atualizando a coisa, o assunto continua atual), só esqueci de comentar aqui avisando (caso leia):
"Chauvinismo e extrema direita (Crítica aos herdeiros do sigma) - Jefferson Barbosa" (https://holocausto-doc.blogspot.com/2016/06/chauvinismo-e-extrema-direita-critica-aos-herdeiros-do-sigma-livro-jefferson-barbosa.html).

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