quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Site oficial do Museu do Holocausto de Curitiba está no ar

O site oficial do Museu do Holocausto de Curitiba já está disponível, no endereço www.museudoholocausto.org.br. Primeiro do gênero no Brasil, o Museu é uma iniciativa da Associação Casa de Cultura Beit Yaacov, presidida por Miguel Krigsner, e da comunidade judaica na capital paranaense.

O site disponibiliza aos internautas todas as informações referentes ao Museu: horários de funcionamento, atividades educacionais, notícias, artigos, visita virtual, testemunhos da comunidade judaica, links para as redes sociais, memória, agendamento de visitas a partir do dia 12 de fevereiro de 2012, e também um espaço para doações de materiais que tenham relação com a identidade do espaço. Alguns links ainda estão em fase final de construção e entrarão no ar nos próximos dias.

Familiares de vítimas do Holocausto e pessoas que tenham objetos, fotos e documentos desse fato histórico e desejarem doar ao Museu podem ter acesso aos procedimentos pelo site.

O Museu do Holocausto de Curitiba será aberto ao público no dia 12 de fevereiro de 2012, e a partir dessa data, as visitas poderão ser feitas individualmente ou em grupos, em dias e horários previamente agendados pelo site ou pelos telefones (41) 3093-7462/ 3093-7461.

Serviço:
Museu do Holocausto de Curitiba (em funcionamento a partir de 12/02/2012).
Rua Cel. Agostinho de Macedo, 248, Bom Retiro. Curitiba - PR.
Telefones do museu: (41) 3093-7462 e (41) 3093-7461.
Site: www.museudoholocausto.org.br.

Fonte: ParanáOnline
http://www.parana-online.com.br/editoria/almanaque/news/577590/?noticia=SITE+OFICIAL+DO+MUSEU+DO+HOLOCAUSTO+DE+CURITIBA+ESTA+NO+AR

Site: http://www.museudoholocausto.org.br/

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ditadura argentina copiou método nazista para roubar bebês, diz historiador

A ditadura instalada na Argentina entre 1976 e 1983 utilizou um método idealizado pelo nazismo para o roubo de bebês e a substituição de sua identidade, disse à Agência Efe o historiador e escritor Carlos De Nápoli.

De Nápoli, que nesta quarta-feira (23) apresenta no Museu do Holocausto de Buenos Aires um documentário sobre a vida do criminoso de guerra nazista Josef Mengele na Argentina, explicou que o programa de roubo de bebês foi executado pelo Escritório Principal para a Raça e o Reassentamento (RUSHA).

Essa organização tinha, entre outros objetivos, o "de assassinar todas as minorias consideradas impuras e indesejáveis".

Nesse sentido, o escritor antecipou que nos próximos dias pedirá aos juízes argentinos que tramitam causas sobre roubo de bebês durante a ditadura que incorporem como antecedente um julgamento realizado em Nuremberg em 1949, que tratou deste método.

Organizações humanitárias argentinas calculam que cerca de 500 bebês foram roubados pelo regime militar nos denominados "anos de chumbo".

De Nápoli, autor de vários livros sobre o nazismo, disse que este processo judicial em Nuremberg, que é pouco conhecido, foi introduzido pelos Estados Unidos contra a RUSHA.

"Nesse julgamento vieram a conhecimento os atos criminosos desta organização e foram descobertos com riqueza de detalhes os métodos e procedimentos usados para suprimir a identidade real dos bebês, especialmente nos países do leste europeu, e substituí-la por uma nova", explicou.

O diretor da RUSHA foi o argentino Ricardo Walther Darré, um general que "entrou para a história como ministro de Alimentação de Adolf Hitler e depois ministro da Agricultura da Prússia, mas não por essa atividade secreta", comentou o historiador.

De Nápoli apresentará no Museu do Holocausto de Buenos Aires um documentário sobre a vida do médico e criminoso nazista Joseph Mengele na Argentina, feito com a colaboração do History Channel e Anima Films.

O filme revela detalhes inéditos da vida na Argentina do chamado "anjo da morte", responsável por desumanos experimentos no campo de concentração de Auschwitz, que escapou da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e encontrou refúgio no país sul-americano.

Mengele chegou à Argentina em 1949 com identidade falsa, embora anos mais tarde tenha conseguido que a Polícia Federal do país lhe expedisse um documento com o nome de José Mengele.

De Nápoli entregará ao Museu do Holocausto uma cópia do estatuto societário da Fadrofarm SRL, laboratório que Mengele fundou na Argentina e no qual figurava como "sócio oculto".

"No estatuto figura quem eram os sócios, os gerentes, os advogados e os escrivães do laboratório, e também o seu capital inicial, que alcançava US$ 1 milhão, número enorme para a época", disse.

"É o primeiro documento que o expõe da cabeça aos pés", disse o escritor, que também doou uma cópia do expediente completo do segundo casamento de Mengele na cidade uruguaia de Nueva Helvecia.

"Ele se casou com sua cunhada, Marta María Hill, cujo marido, irmão de Mengele, tinha falecido anos antes. Isto provocou a ira de sua primeira esposa, Irene Schönbein, que a partir dali começou a tornar pública a atuação do criminoso em diferentes tribunais alemães", comentou.

De Nápoli considerou uma "bobagem" as versões que indicavam que Mengele, excluído dos juízos de Nuremberg, era perseguido durante aquela época e prova disso, afirmou, é que "o dia em que se casou publicou um édito nos jornais do Uruguai em que anunciava suas segundas núpcias". 

Fonte: EFE
http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/inacreditavel/2011/11/23/288878-ditadura-argentina-copiou-metodo-nazista-para-roubar-bebes-diz-historiador

Ver mais:
Argentina “copió” método de Hitler para robar bebés, según historiador ABC digital(Paraguai)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Curitiba terá o primeiro Museu do Holocausto do País

Almanaque / Notícias
Curitiba terá o primeiro Museu do Holocausto do País

Edilson Pereira/Marcos Borges

Confira aqui a galeria de fotos.

Curitiba terá a partir deste domingo (20) mais um museu. E de natureza internacional. É o Museu do Holocausto. Espaço semelhante já existe em Buenos Aires, Montreal, Polônia, Austrália, Bélgica, Holanda, África do Sul, Inglaterra, Rússia, entre outros países, sem contar as inúmeras unidades espalhadas pelo território americano (Nova York, Washington, Los Angeles, Houston, Dallas, entre outras). O museu é um espaço criado pela comunidade judaica com o objetivo inicial de preservar a memória das vítimas semitas sob os nazistas, antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

O presidente da Associação Casa de Cultura Beit Yaacov, Miguel Krigsner, que concretiza uma ideia nascida há aproximadamente dez anos, diz que a escolha da capital paranaense para abrigar a primeira unidade brasileira se deve ao fato de Curitiba e o estado contarem com número expressivo de judeus e descendentes europeus. Para ele, a iniciativa procura "trazer à luz um dos períodos mais tristes do século XX". O museu não pretende "atacar nenhuma etnia, não tem nenhum intuito político, mas levar à reflexão sobre o momento atual, sobre a intolerância e a violência, que existem e atualmente vêm à tona especialmente sobre negros e homossexuais".

Krigsner observou que o Brasil começa a ganhar importância internacional, se transforma em potência mundial e atrai expressiva leva de imigrantes. Ele destacou que sempre houve clima de convivência pacífica no país, e que iniciativas como a criação do museu se soma ao esforço para a cultura da tolerância. Ele abordou ainda manifestações que procuram relativizar a importância do holocausto e em alguns casos questionar a sua existência. "Começam a surgir notícias de que o holocausto não existiu. De que é uma mentira judaica. Grande parte da família de meu pai desapareceu na Polônia. Onde ela foi parar? Foi abduzida do planeta?", indaga ele, ao mesmo tempo em que procura demonstrar a relevância que o assunto tem para os judeus.

A cientista política Denise Faiguenblum Hasbani, pós-graduada em Língua e Cultura Judaica pela Faculdade Renascença e mestre em Língua e Cultura Judaica pela USP, vê o museu como um instrumento de utilidade para as gerações futuras. Ela não se preocupa em combater a recente onda de crítica ao holocausto. "Estes negadores não têm importância. Sabemos que existiu. E pronto. O importante é o futuro. Servir de alerta para as gerações futuras sobre a intolerância e a violência, até onde elas podem chegar", diz.

Para Denise Hasbani, a função do museu será a de contribuir para o aprendizado: "É preciso aprender. Esta é a função do museu". "Queremos que as pessoas vejam, aprendam e saiam de lá melhores como seres humanos. O passado não muda mais. O holocausto aconteceu. Está muito bem documentado. Eles que dizem que não aconteceu, então que provem. O que não queremos é que nada semelhante a isso aconteça com ninguém no futuro", diz ela. A cientista política observou que depois do holocausto, aconteceram outros tipos de violência e genocídios com outros povos, numa demonstração de que "a humanidade não aprendeu com o holocausto".

Embora o museu seja inaugurado neste domingo, as visitas serão abertas ao público a partir de 12 de fevereiro, sempre agendadas pelo site ou por telefone com antecedência de 24 horas no mínimo e em horários especiais. Um dos focos do museu será a visitação para grupos de alunos e estudiosos do assunto. O coordenador do museu, Carlos Reiss, explica que a inauguração será feita em parte este mês para aproveitar o encontro nacional de lideranças de sociedades brasileiro-israelenses em Curitiba. O tempo restante, até fevereiro, será dedicado a encorpar o acervo, ainda em fase de consolidação. O Museu do Holocausto de Curitiba fica na Rua Coronel Agostinho de Macedo, 248, Bom Retiro (fones 3093-7462 e 3093-7461), site: www.museudoholocausto.org.br

Confira aqui a galeria de fotos.

Fonte: ParanáOnline
http://www.parana-online.com.br/editoria/almanaque/news/574560/?noticia=CURITIBA+TERA+O+PRIMEIRO+MUSEU+DO+HOLOCAUSTO+DO+PAIS

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Clandestinidade Nacional-Socialista causa alarme na Alemanha

A ministra alemã da Justiça disse que
era hora de analizar a atuação do
serviço secreto sobre a cena neonazi.
A pior hipótese parece se confirmar: a justiça alemã crê que uma dezena de assassinatos até agora sem esclarecimento são obra de uma mesma célula neonazista.

Neste domingo (13.11.2011), durante uma visita à cidade de Leipzig, a chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu se sentir preocupada pelo que pode se esconder por detrás de dez assassinatos atribuídos a um comando neonazi, cometidos na última década em distintas partes de Alemanha. O caso deixa em evidência estruturas e procedimentos “que não podíamos imaginar. Por isso devemos prestar atenção sempre a qualquer forma de extremismo”, apontou a chefe de governo alemão.

O ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, repetiu Merkel, qualificando os assassinatos pela primeira vez como atos de terrorismo. “Ao que parece estamos lidando com uma nova forma de terrorismo de extrema-direita”, disse Friedrich, aludindo aos resultados parciais das investigações. Elas sugerem que uma mesma célula neonazi tirou a vida de oito pequenos empresários turcos e um grego, entre os anos de 2000 e 2006, e a uma policial alemã, em 2007. Nenhum desses casos havia sido resolvido.

Os três supostos assassinos não eram de todo desconhecidos das autoridades alemãs. Na década de noventa eles se ligaram ao grupo de extrema-direita Defesa da Pátria, da Turíngia; mas a polícia perdeu o rastro deles. “Isto demonstra a tendência deste e outros governos em ignorar o extremismo de direita e o perigo que representam sua ideologia e sua estrutura”, assinalou a presidenta do Partido Verde, Claudia Roth, no sábado (12.11.2011). A se confirmar as suspeitas dos investigadores, este seria um dos piores casos de violência neonazi na Alemanha desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Se autodenominavam como Clandestinidade Nacional-Socialista

O achado dos cadáveres desses neonazis permitiu
relacionar assassinatos até então não resolvidos.
Os investigadores começaram a relacionar os assassinatos quando dois dos três suspeitos, Uwe M. e Uwe B., apareceram mortos em um automóvel que eles mesmos incendiaram, imediatamente antes de se suicidar com uma pistola. Os dois neonazis haviam acabado de roubar um banco - sua fonte de financiamiento, segundo o seminário Der Spiegel – quando perceberam que vários policiais haviam seguido a pista deles. A arma registrada da agente assassinada foi encontrada no automóvel dos homens.

A terceira integrante do grupo neonazi, Beate Z., foi presa em 8 de novembro, acusada de haver ateado fogo à casa que os três compartilhavam na cidade alemã de Zwickau, Estado federado da Saxônia, com a intenção aparente de destruir toda informação comprometedora. Der Spiegel informou que a pistola usada para matar os nove imigrantes foi encontrada na habitação comum. Outro achado importante: um vídeo de quinze minutos com testemunhos dos neonazis.

No vídeo, o trio - autodenominado Clandestinidade Nacional-Socialista - confessa ter assassinado os empresários e a agente policial, mostra fotografias de algumas das vítimas e atribuem a si outros atentados; entre eles, a explosão de uma bomba em 2004 que deixou 22 pessoas feridas numa rua de Colônia habitada sobretudo por imigrantes turcos. O grupo adverte na gravação que, “se não se produzem mudanças fundamentais na política, na imprensa e na liberdade de expressão”, realizaria novos ataques.

Forças de segurança alemãs estariam implicadas?

Uwe M., Beate Z. e Uwe B, os três membros do
grupo neonazi Clandestinidade Nacional-socialista.
Os dez assassinatos já haviam causado certo grau de comoção na Alemanha, mas a nova reviravolta que tomaram as averiguações pertinentes converteram o assunto em um delicado tema de política interna; não só porque volta a realçar a inconsistência da luta contra a violência racista e xenófoba praticada sistematicamente pela ultradireita, uma censura que se faz ao Estado, no geral, sem que ninguém dê um passo a frente para responder pelas omissões. Senão porque, neste caso, instituições concretas poderiam terminar assumindo responsabilidades.

Longe da prisão de uma quarta pessoa, suspeita de ter facilitado sua permissão para conduzir e até seu passaporte para apoiar as atividades dos neonazis em questão, o que atraiu a atenção da opinião pública alemã neste 13 de novembro foi a reportagem do diário Bild, segundo o qual novos indícios apontam inclusive que os neonazis podiam ter cúmplices nas forças de segurança, que podiam estar implicadas nos crimes cometidos pelo grupo Clandestinidade Nacional-Socialista ou, na melhor das hipóteses, ter conhecimento deles, o que explicaria como tiveram tanto sucesso atuando durante mais de dez anos sem serem descobertos.

Citando fontes governamentais - entre elas, o especialista em assuntos de política interna, Hans-Peter Uhl –, o jornal alemão reportou o confisco de documentos de identidade na casa dos neonazis, que em geral, só são obtidos por investigadores que trabalham incógnitos para o serviço de inteligência alemão. A ministra da Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, disse que seria necessário esclarecer como se se deu a atuação do serviço secreto no seio das organizações de extrema-direita na última década; o PKG, Grêmio Parlamentar de Controle, que supervisiona o trabalho do executivo e dos serviços de inteligência, dedicará-se nessa tarefa nos próximos dias.

Autor: Evan Romero-Castillo
Editora: Claudia Herrera Pahl

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15529659,00.html
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 13 de novembro de 2011

Max Weber, sobre a identidade comunitária judaica

Na Theory of Social and Economic Organization(Teoria da organização social e econômica) de Max Weber, originalmente publicada em alemão em 1920 e em inglês em 1947 (ver aqui), contém uma seção entitulada "Tipos de relações sociais solidárias". Isto divide as relações em 'solidárias' e 'associativas', definidas aqui. Sobre os judeus alemães de sua época, Weber (p.138) refuta a suposição de que judeus eram uma comunidade coesa voltada para dentro:
No caso dos judeus, por exemplo, exceto pelos círculos sionistas e a ação de certas associações promovendo especificamente interesses judaicos, portanto, existem apenas relações solidárias apenas para uma parte relativamente pequena; certamente, judeus frequentemente repudiam a existência de uma 'comunidade' judaica.
Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/11/max-weber-on-jewish-communal-identity.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 12 de novembro de 2011

A História iluminada por Umberto Eco (O Cemitério de Praga)

Pode a eloquência fascinar, formar e entreter? Sim. Umberto Eco demonstra-o com o seu novo romance, O Cemitério de Praga. E é por isso que a sua leitura é tão viciante, como comprovou Rui Lagartinho.

Num mundo perfeito, O Cemitério de Praga, o sexto romance de Umberto Eco, teria um impacto superior ao da publicação do famigerado Código da Vinci de Dan Brown. Mas, já se sabe, o mundo não é perfeito, e neste caso é pena. Mesmo assim, à medida que o livro foi sendo vertido para outros idiomas, começaram a ver-se alguns indivíduos nos aeroportos e gares da Europa a dar tanta atenção ao livro que levavam debaixo do braço como à bagagem de mão.

Não há aqui nenhuma teoria da conspiração. É apenas vício e saudades que se matam da escrita romanesca daquele que é considerado um dos maiores pensadores europeus. De hoje como de há 30 anos. A ele se pode aplicar o sofisma de Lênin: “Aprender, aprender, sempre.” Estamos em Paris, quase na dobragem do século XIX para o século XX. A cidade foi esventrada para que um monstro de ferro e aço percorra a cidade debaixo da terra. Cá em cima, na margem esquerda do Sena, não longe da Sorbonne e entre escombros, becos e sombras, Simonini avança para casa com o cérebro gourmet que comanda o estômago satisfeito.

Falsificador de documentos com créditos firmados, pode dar-se a esse luxo. Está a ponto de começar um diário, mas à cautela avisa: “…o próprio Narrador não sabe ainda quem será o misterioso escrevente, propondo-se vir a descobri-lo (a par com o Leitor) à medida que ambos espreitam, intrusivos, e seguem os signos que a pena daquele está a verter naqueles papéis.” É por isso que, quando o padre DallaPiccola se intromete na narrativa de Simonini, não nos surpreendemos. Estamos num reino de segredos, espionagem, golpes e contra-golpes. Na ficção como na realidade.

Ao princípio, o diário recua 40 anos, tempo suficiente para mergulharmos, através das raízes e origens de Simonini, nas movimentações nacionalistas que deram origem ao nascimento de um país chamado Itália. Pouco depois, através do maior feito do falsificador, tomamos conhecimento das atas e cadernos de intenções dos rabinos que um dia, reunidos no cemitério de Praga, juram tomar o mundo. Foi por causa da evocação do Priorado do Sião que nos lembramos de Dan Brown, mas essa evocação nasce e morre aqui. O Cemitério de Praga pertence a outro planeta: o da eloquência e da subsequente partilha do saber em forma de romance de capa, espada e aventuras.

A sombra dos folhetins e de Alexandre Dumas marcam, e ainda bem que assim é, a estrutura do romance, onde não faltam excelentes gravuras que sarapintam o livro com a sua galeria de heróis e vilões em cena. Mas para além do domínio dos códigos do espectáculo que um romance deve ter sempre, Umberto Eco domina os códigos da eficácia histórica ao confrontar-nos com um mundo em convulsão há cem anos, que mudou sem na realidade mudar.

A besta negra que atravessa o romance é o ódio aos judeus corporizados no protagonista e naqueles para quem vai trabalhar. À sua volta gravitam seitas mais ou menos satânicas, lojas maçônicas, conspiradores, psicanalistas em início de carreira, políticos em desespero de sobrevivência. Só um caldo destes permitiria um episódio como o “Caso Dreyfus” que, de caso de espionagem a libelo antissemita, permitiu o nascimento do intelectual moderno e conseguiu mostrar a facilidade e rapidez com que se propagam ódios e fundamentalismos. Quando recordamos o melindre que as questões judaicas suscitam na sociedade francesa atual, a eficácia de Umberto Eco fica plenamente demonstrada. É mesmo verdade que a história, tomada aqui como realidade, supera a ficção: quando alguém tem dúvidas ou está esquecido, um único personagem de ficção, como uma espécie de pavio curto e bem aceso, encarrega-se do resto. É o que acontece em O Cemitério de Praga.

Livro: O Cemitério de Praga
Autor: Umberto Eco

Fonte: Time Out Lisboa
http://timeout.sapo.pt/news.asp?id_news=6813

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Jantar debate Lisboa e Berlim sob domínio de Hitler

A associação cultural Academia Prima Folia organiza, no próximo sábado, dia 12 de Novembro, às 20:00, um jantar debate sob o tema "Portugal e a Alemanha Nazi" com o jornalista e historiador António Louçã.

António Louçã tem diversos livros publicados, entre eles "Negócios com os nazis. Ouro e outras pilhagens", "Hitler e Salazar. Comércio em tempos de guerra", "Portugal visto pelos nazis. Documentos. 1933-1945", "Conspiradores e traficantes. Portugal no tráfico de armas e de divisas nos anos do nazismo. 1933-1945" e "O segredo da Rua d'O Século.Ligações perigosas de um dirigente judeu com a Alemanha nazi (1935-1939)”.

Louçã, actualmente jornalista na RTP, foi correspondente do Diário Popular, diretor da revista mensal Versus, chefe de redação do Semana Informática e editor da revista História.
(ES)

Fonte: Jornal HARDMUSICA (Portugal)
http://hardmusica.pt/noticia_detalhe.php?cd_noticia=10622

domingo, 6 de novembro de 2011

Testemunho do SS Pery Broad sobre gaseamentos em Auschwitz e o uso de Zyklon-B

Testemunho do SS-Unterscharfuehrer Pery Broad*, descrevendo o gaseamento no Krema I em Auschwitz
... Os "desinfectadores" estavam de serviço. Um deles era o SS-Unterscharfuehrer
Teuer, condecorado com a Cruz de Mérito de Guerra. Com uma talhadeira e um martelo eles abriram olhando algumas latas que inofensivamente que traziam a inscrição "Zyklon, para ser usado contra piolhos. Atenção, veneno! abrir apenas com pessoal habilitado!". As latas estavam cheias até a borda com grânulos azuis do tamanho de ervilhas. Imediatemente depois de abertas as latas seus conteúdos eram jogados dentro de buracos que eram então rapidamente cobertos. Enquanto isso, Grabner deu um sinal ao motorista ligar o motor de uma caminhoneta de carga, que havia parado próxima ao crematório. O motorista deu partida no motor e seu barulho ensurdecedor era mais alto que os choros de morte de centenas de pessoas lá dentro, sendo gaseadas até a morte.
[Citação do livro "KL Auschwitz as Seen by the SS" (KL Auschwitz visto pelos SS), p. 176]

Fonte: Nizkor/Jewish Virtual Library
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/ftp.py?people/b/broad.pery/broad-testimony
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Holocaust/auschwitz_faq_04.html
Tradução: Roberto Lucena

*Uma infeliz e curiosa observação, o Pery Broad nasceu no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, e foi para Alemanha com 5 anos de idade.

Para saber mais sobre o Relatório Broad, ler o texto Qual o grau de confiabilidade e autenticidade do Relatório Broad? do Hans no Holocaust Controversies.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Corte de financiamento dos EUA prejudica atividades da Unesco

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) afirmou nesta quarta-feira que não poderá manter seu nível de atividade sem a contribuição econômica dos Estados Unidos, que foi retirada após a adesão da Palestina como estado membro de pleno direito na organização.

"Os Estados Unidos continuarão na organização e espera-se que em breve seja encontrada uma solução para o problema do financiamento. Até que isso ocorra, será impossível manter nosso nível de atividade atual", declarou em comunicado a diretora-geral da instituição, Irina Bokova. Após a votação favorável de 107 Estados-membros e contrária de 14 sobre a entrada da Palestina na Unesco, Washington anunciou que eliminará os fundos que entregava à organização.

A suspensão é de efeito imediato, sendo assim, os EUA devem deixar de entregar à organização US$ 60 milhões que deveriam desembolsar em novembro, parte do total de US$ 80 milhões que destina anualmente à Unesco e que representa 22% do orçamento da agência. "A retenção do financiamento dos Estados Unidos e outras contribuições financeiras debilitará a eficácia da Unesco e prejudicará sua capacidade para construir sociedades livres e abertas", diz o comunicado.

O financiamento dos EUA ajuda a Unesco a desenvolver e manter meios de informação livres e competitivos no Iraque, Tunísia e Egito. "Os programas de alfabetização da Unesco em outras áreas em conflito permitem que a população tenha a capacidade de desenvolver o pensamento crítico e a confiança necessários para combater o extremismo violento", disse Bokova, citando que a organização trabalha, por exemplo, para alfabetizar "milhares de oficiais da Polícia" no Afeganistão.

Parte do dinheiro de Washington serve também para "apoiar o espírito democrático da Primavera Árabe", já que a Unesco está capacitando jornalistas para que possam cobrir os processos eleitorais de maneira objetiva nestes países.

Bokova afirmou que utilizando financiamento fornecido pelos EUA e Israel, a Unesco "desenvolve programas educativos para garantir que o Holocausto nunca seja esquecido". Ela defendeu que o financiamento econômico da organização que dirige "está no centro dos interesses dos Estados Unidos". Por isso, a diretora pediu "ao Governo dos Estados Unidos, ao Congresso e ao povo do país que achem um caminho para avançar e continuem apoiando a Unesco nestes tempos turbulentos".

Fonte: EFE/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5449613-EI8141,00-Corte+de+financiamento+dos+EUA+prejudica+atividades+da+Unesco.html

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Contribuição com o Holocaust Controversies

Gostaria de aproveitar este post para agradecer imensamente o convite feito pelo Roberto Muehlenkamp para colaborar com o blog Holocaust Controversies e também parabenizar o resto da equipe do HC, o que é uma honra sem tamanho.

Para aqueles que acompanham este blog devem saber(até por conta dos vários textos traduzidos do HC contidos nele, como este aqui e este outro aqui) da imensa contribuição do pessoal do Holocaust Controversies no combate ao negacionismo do Holocausto com a pesquisa que fazem do tema mencionado, com vários textos onde comentam, debatem, apontam as distorções dos "revisionistas" e abordam o Holocausto.

Desde já dou novamente meus parabéns ao blog Holocaust Controversies e torço para que continuem com esta inavodora forma de pesquisa e divulgação deste tema histórico.

Abraços a todos.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Arrependido, famoso ex-neonazista americano tira tatuagens após 25 cirurgias

Evolução das cirurgias ao longo de 16 meses
Fotos: AP/Reprodução
NE10 Com agências

Tatuagens que cobriam o rosto de um famoso ex-neonazista americano foram retiradas após 25 cirurgias. Bryon Widner, que no passado comandou movimentos de supremacia branca, estava arrependido de suas antigas convicções e tentava há um tempo reconstruir sua vida.

A sua mulher, Julie, também ex-líder neonazista, diz que chegou a temer que o marido usasse ácido na própria face em um momento de desespero.

"Nós já tínhamos chegado tão longe", disse Julie. "Tínhamos deixado o movimento e criado uma boa vida familiar. Eu o apoiei na decisão de tirar as tatuagens pois pensei que alguém por aí viria nos ajudar."

Bryon com seu filho Tyrson, de 4 anos

Quem ajudou Bryon foi uma doadora anônima, através do SPLC (Southern Poverty Law Center), uma organização que já processou diversos grupos de supremacia branca nos EUA.

As cirurgias foram realizadas ao longo de 16 meses e custaram cerca de R$ 59,2 mil. Em troca, Widner aceitou dar palestras em um evento anual SPLC, que reúne policiais de todo o País para discutir ações de grupos skinhead.

Fonte: NE10
http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/internacional/noticia/2011/10/31/arrependido-famoso-exnazista-americano-tira-tatuagens-apos-25-cirurgias-307084.php

Ver mais:
Ex-skinhead retira tatuagens racistas após 25 cirurgias (Yahoo!)

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