segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A Ustasha e o silêncio do Vaticano - parte 2

In English: The Ustasha and Vatican's Silence - Part 2
Ler antes o texto observação, sobre os erros desta série:
A Ustasha e o silêncio do Vaticano - parte 4 (Observação)

Os crimes dos ustashi croatas (NDH)

OS FRADES ASSASSINOS

Genocídio: soldados ustashi posam
ao lado de cinco sérvios mortos.
O mais escandaloso de todo este sórdido assunto é que não poucos sacerdotes e, sobretudo, freis franciscanos, estiveram no comando destes campos da morte.

Com poucas exceções aqui e ali, o fenômeno aqui descrito era característico dos massacres ustashi. A diferença dos extermínios em outros países durante a Segunda Guerra Mundial, é de que era quase impossível imaginar uma expedição punitiva ustashi sem a presença de um sacerdote no comando, tratando-se geralmente de um franciscano.17

17. Ibid.

O mais conhecido deles foi o frei franciscano Miroslav Filipovic, que dirigiu o campo de Jasenovac, onde se deu uma morte atroz a milhares de pessoas. Outro franciscano daquele campo, Pero Brzica, ostenta um recorde ainda mais macabro se é que é possível.

Ante à chegada de novos prisioneiros, ficou evidente a necessidade de assassinar aos já existentes para dar lugar aos recém chegados. O pessoal do campo se mostrou entusiasmado ante esta perspectiva:

O franciscano Pero Brzica, Ante Zrinusic, Sipka e eu apostamos para ver quem mataria mais prisioneiros em uma só noite. A matança começou e depois de uma hora eu matei muitos mais que eles. Sentia-me no sétimo céu. Nunca havia sentido tal éxtasis em minha vida. Depois de um par de horas havia conseguido matar a 1.100 pessoas, enquanto os outros só puderam assassinar entre 300 e 400 cada um. E depois, quando estava experimentando meu mais grandioso prazer, notei um velho campesino parado me olhando com tranquilidade enquanto matava minhas vítimas e elas morriam com o maior sofrimento.

Essa olhada me impactou; de imediato me congelei e por um tempo não pude me mover. Depois me aproximei dele e descobri que ele era do povoado de Klepci, próximo de Capijina, e que sua família havia sido assassinada, sendo enviado a Jasenovac depois de javer trabalhado no bosque. Falava-me com uma incompriensível incomprensible paz que me afetava mais que os desgarradores gritos que se sucediam ao meu redor. De imediato senti a necessidade de destruir sua paz mediante a tortura e assim, mediante seu sofrimento, poder restaurar meu estado de êxtase éxtasis para poder continuar com o prazer de infligir dor.

Apontei-lhe e lhe fiz sentar comigo num tronco. Ordenei-lhe a gritar: «Viva Poglavnik Pavelic!», ou te corto uma orelha. Vukasin não falou. Arrenquei-lhe uma orelha. Não disse uma uma palavra. Disse a ele outra vez que gritasse: «Viva Pavelic!» ou te arranco a outra orelha. Então a arranquei. Grite: «Viva Pavelic!», ou te corto o nariz, e quando lhe ordenei pela quarta vez gritar «Viva Pavelic!» e lhe ameacei arrancar o coração com meu cuchillo, olhou-me e em sua dor e agonia me disse:

«Faça seu trabalho, criatura!». Essas palavras me confundiram, congelou-me, e lhe arranquei os olhos, logo o coração, cortei-lhe a garganta de orelha a orelha e a joguei no poço. Mas algo se rompeu dentro de mim e não pude matar mais durante toda essa noite.

O franciscano Pero Brzica me ganhou a aposta, havia matado a 1.350 prisioneiros. Eu paguei sem dizer uma palavra.18
18. Bulajic, Milán, The Role of the Vanean in the Break-Up of the Yugoslav State: The Mission of the Vatican in the Independent State of Croatia: Ustashi Crímes of Genocide (Documents, facts), op. cit.

Por esta façanha o franciscano recebeu o título de «rei dos cortadores de gargantas» e um relógio de outro, possivelmente roubado de um prisioneiro antes de executá-lo.

CONVERTER-SE OU MORRER

A barbárie, longe de decrescer, aumentou e chegou a um ponto em que nem sequer a formalidade dos campos de extermínio foi considerada necessária. Povoados inteiros foram assaltados e seus habitantes passados a faca, quando não assassinados com martelos e machados, enforcados ou inclusive crucificados. Os sérvios sofreram as torturas mais atrozes que se enchiam com especial sanha os sacerdotes ortodoxos, muitos dos quais foram queimados, esfolados ou esquartejados vivos:

As execuções em massa eram comuns, as vítimas, degoladas e às vezes despedaçadas. Em muitas ocasiões era comum ver pedaços de carne penduradas em matadouros com um cartaz que dizia «carne humana». Os crimes dos alemães em campos de extermínio pareciam pequenos comparados com as atrocidades cometidas pelos católicos. Os ustashi adoravam os jogos de tortura que se convertiam em orgias noturnas, e que incluíam cravar pregos ao vermelho vivo debaixo das unhas, pôr sal nas feridas abertas, cortar todas as partes humanas concebíveis e competir pelo título de quem era o melhor degolador de suas vítimas. Queimaram igrejas ortodoxas cheias de gente, empalaram crianças en Vlasenika e Kladany, cortaram narizes, orelhas e arrancaram olhos. Os italianos fotografariam a um ustashi que tinha duas correntes de línguas e olhos ao redor do pescoço.19

Todas as propiedades da Igreja ortodoxa foram saqueadas e confiscadas. A maior parte desta pilhagem foi transferida para a Igreja católica croata, que seguia encatada com o regime. O arcebispo de Sarajevo, Saric, chegou ao extremo de publicar uma poesia enaltecendo o líder dos ustashi:

Contra os avarentos judeus com todo seu dinheiro, os que queriam vender nossas almas, atraiçoar nossos nomes, esses miseráveis.

Você é a rocha onde se edifica a pátria e a liberdade. Proteja nossas vidas do inferno, marxista e bolchevique.

Outra pilhagem, neste caso espiritual e econômica ao mesmo tempo, que recebeu a Igreja Católica foi a conversão forçada de milhares de sérvios, que, a ponta de faca, foram obrigados a renegar sua religião. Estas conversões em massa foram classificadas de grande triunfo para o catolicismo por parte da hierarquia eclesiástica.20 Por que esta pilhagem de almas era também econômica? Porque para adicionava iniquidade à infâmia, estas conversões se realizavam sob prévio pagamento de 180 dinares à Igreja por parte do converso.

19. Deschner, Kariheinz, Mit Gott una den Faschisten, Günther Verlag, Stuttgart, 1965.

20. Djilas, Aleksa, The Contested Country: Yugoslav Unity and Communist Revolution, 1919-1953, Harvard University Press, Cambridge, 1991.

Além disso, aqueles que sabiam escreve deviam enviar uma carta de agradecimento ao arcebispo Stepinac, que informava pontualmente ao Papa da boa marcha das conversões. Em qualquer caso, os únicos que tinham a opção de salvar a vida mediante conversão eram os campesinos pobres e incultos das zonas rurais. Todo sérvio educado, com capacidade de conversar ou transmitir algo parecido a uma identidade nacional sérvia era assassinado sem possibilidade de salvação.

VISITANTE APOSTÓLICO

Em 14 de maio de 1941, os sérvios da localidade de Glina foram concentrados num salão de atos por um bando ustashi comandados pelo abade do monastério de Gunic. Na continuação, ordenou-se que mostrassem seus certificados de conversão. Só dois deles dispunham do documento. O resto foi degolados enquanto o abade rezava por suas almas.

Entre a venda de certificados de conversão e o saqueio dos tesouros guardados nas igrejas ortodoxas, não resulta em exagero dizer que se houve alguém que obteve benefício econômico do genocídio cometido pelos coatras foi, precisamente, a Igreja Católica. Em contrapartida, durante toda a guerra, a Igreja católica apoiou oficialmente o regime, apesar de seus desmandos e loucuras serem públicos e notórios.

O Vaticano não podia alegar desconhecimento destes graves acontecimentos. Em 17 de março de 1942, o Congresso judaico mundial enviou à Santa Sé uma nota de auxílio, uma cópia da qual ainda se conserva em Jerusalém.

Várias milhares de famílias foram deportadas para ilhas desertas na Costa Dálmata ou internadas em campos de concentração [...]. Todos os homens judeus foram enviados a campos de trabalho onde lhes foram dados trabalhos de drenagem ou saneamento durante os quais pereceram em grande número [...]. Ao mesmo tempo, suas esposas e filhos foram transladados a outros campos onde igualmente tiveram que afrontar graves privações.

Monsenhor Giuseppe Ramiro Marcone, um beneditino da congregação de Monte Vergine e membro da academia romena de São Tomás de Aquino, era o representante pessoal do Papa no episcopado da Croácia, e mantinha o Santo Padre a par de tudo que ali sucedia. Os defensores do Vaticano alegam que Marcone era um simples «visitante apostólico». Contudo, para o Ministério de Assuntos Exteriores em Zagreb, o padre Marcene tinha status de «delegado da Santa Sé», e nas cerimônias oficiais lhe colocava a frente, inclusive, dos representantes do Eixo, sendo considerado decano do corpo diplomático. Além disso, Marcone, em sua correspondência com o governo ustashi, qualificava-se a si mesmo como Sancti seáis legatus ou Elegatus, mas nunca como «visitante apostólico».

Os meios de comunicação também faziam eco desta situação. Em 16 de fevereiro de 1942, a BBC emitia o seguinte informe sobre a Croácia:

As piores atrocidades estão sendo cometidas ao redor do arcebispo de Zagreb. O sangue de irmãos corre em rios. Os ortodoxos estão sendo obrigados a força a se converterem ao catolicismo e não escutamos a voz do arcebispo se pronunciando à rebelião. Em lugar disso, informa-se de que está tomando parte em desfiles nazis e fascistas.

Nem sequer quando a imprensa internacional começou a informar amplamente sobre as barbaridades cometidas por clérigos católicos, o Papa fez algo para deter os sanguinários franciscanos. A própria imprensa católica croata refletiu em suas páginas a perseguição, tratando-a como se fosse a coisa mais normal do mundo. Em 25 de maio de 1941, em Katolicki List, o sacerdote Franjo Kralik publicou uma reportagem entitulada «Por que os judeus estão sendo perseguidos», no que justificava o genocídio da seguinte forma:

Os descendentes daqueles que odiaram a Jesus, que o condenaram a morte, que o crucificaram e imediatamente perseguiram a seus discípulos, são culpados de excessos maiores que os seus antepassados. A cobiça cresce. Os judeus que conduziram a Europa e ao mundo inteiro ao desastre — moral, cultural e econômico — desenvolveram um apetite que somente o mundo em sua totalidade pode satisfazer. Satanás lhes ajudou a inventar o socialismo e o comunismo. O amor tem seus limites. O movimento para libertar o mundo dos judeus é um movimento para o renascimento da dignidade humana. O Todopoderoso e Sábio Deus está por trás deste movimento.
O FIM DE STEPINAC

Quando se viu com claridade que o curso da guerra ia a ser contrário ao Eixo, Stepinac realizou alguns atos de «repentino humanitarismo», atos nos quais se basearam os revisionistas croatas para pedir ao Yad Vashem israelense, a Autoridade Nacional para a Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto, a inclusão de Stepinac em sua «Lista dos Justos». A petição foi negada em duas ocasiões. Um representante da instituição declarou em respeito a isto que «pessoas que, ocasionalmente, ajudaram a um judeu e colaboraram simultaneamente com um regime fascista que foi parte do plano de extermínio nazi contra os judeus ficam desqualificadas para o título de "Justo"».

Os contatos dos ustashi com o Vaticano não terminaram com o final da Segunda Guerra Mundial. Em 25 de junho de 1945, tão só sete semanas depois de concluído o conflito, os ustashi contataram com uma missão papal em Saizburgo, na zona da Áustria que estava sob a administração estadunidense. Pediam ao Papa sua ajuda para a criação de um Estado croata, ou, ao menos, uma união danúbio-adriática na qual os croatas pudessem se estabelecer.21 A própia Igreja escondeu e ajudou Ante Pavelic a fugir — burlando as autoridades aliadas —, que conseguiu escapar para a Argentina.22 Em seu leito de morte, e sob a proteção de Franco, recebeu a bênção pessoal do Papa João XXIII. João Paulo II recusou visitar em reiteradas ocasiões os campos de concentração de Jasenovac em suas visitas à Croácia, preferindo receber o ex-líder croata e negador do Holocausto Franjo Tudjman.

Finalmente, um dos fatores que mais chama a atenção desta história é que, ao terminar a guerra, o Vaticano não fez nada para socorrer Stepinac, circunstância que conhecemos por uma carta do marechal Tito fechada em Zagreb em 31 de outubro de 1946:

Quando o representante do Papa ante nosso governo, o bispo Hurley, fez-me sua primeira visita, expus-lhe a a questão de Stepinac. «Levêm-no da Iugoslávia», disse-lhe, «porque de outra forma nos obrigarão a pô-lo na prisão». Adverti o bispo Hurley das ações que teríamos que seguir. Discuti o assunto detalhadamente com ele. Fiz-lhe saber dos muitos atos hostis de Stepinac contra nosso país. Dei-lhe um arquivo com toda classe de provas documentais dos crimes do arcebispo.
21. Aarons, Mark e Loftus, John, Unholy Trinity: The Vatican, the Nazis and the Swiss Banks, St. Martin's Griffin, Nova York, 1998.

22. Ibid.

Esperamos quatro meses sem que ocorresse nenhuma resposta, até que as autoridades prenderam Stepinac e o levaram a julgamento, de maneira semelhante a qualquer outro indivíduo que atue contra o povo.

O arcebispo ficou bastante parado, apesar da sordidez de suas andanças durante a guerra. Foi julgado e condenado a dezesseis anos de prisão num julgamento que contou com os testemunhos de dezenas de testemunhas que contaram toda classe de abusos cometidos por clérigos católicos sob o reino do terror ustashi. Sua única defesa durante no julgamento foi dizer: «Tenho a consciência tranquila». Só nesse momento Pio XII atuou, apressando-se em excomungar os participantes no julgamento, e conseguindo finalmente sua libertação um anos depois. Stepinac foi elevado à categoría de beato por João Paulo II em outubro de 1998.

Fonte(livro): Biografía no autorizada del Vaticano; capítulo 5
Autor(livro): Santiago Camacho
Tradução(do original em espanhol): Roberto Lucena

As outras partes:
A Ustasha e o silêncio do Vaticano - parte 1
A Ustasha e o silêncio do Vaticano - parte 3
Sobre os erros do texto, observação:
A Ustasha e o silêncio do Vaticano - parte 4 (Observação)

Destaque: texto mais detalhado sobre a Ustasha, do historiador Dusan Batakovic
O genocídio do Estado Independente Croata 1941-1945
[Parte 1] [Parte 02] [Parte 03]

Ver também:
1. A Ustasha (no blog avidanofront.blogspot.com do Daniel)
2. Holocausto na Croácia - parte 1

7 comentários:

Daniel Moratori disse...

Esse relato do franciscano Pero Brzica é impressionante, tamanha a frieza. Após ler todo o texto, facilmente vê que esse ódio religioso faz a pessoas ficar mais cega do que por meios politicos, porque nada mais é do que uma "guerra santa", pois o individuo que esta matando leva o o seu "trabalho" de assassinato como uma dadiva de deus, um trabalho que tem de ser feito a qualquer custo para um bem maior. É o pior de todos, pois a religião segue arraigada no coração, não é a mesma coisa do que apenas a politica, em que se muda de partido. A religião tem um caracter diferente, pois a pessoa passa a crer que é tudo um plano divino, forças superiores envolvidas e etc...
Vemos isso hoje por exemplo nas Jihad's islamicas, chegando a ponto de se explodir para conseguir um objetivo de matar um inimigo.

Outro ponto interessante, é sobre Stepinac, onde ele depois de tudo o que fez, sai no final como salvador. O pior de tudo, é que se você procurar sobre ele, ainda vê varias fontes dizendo que as fontes onde se apoiam os autores que transmitem o fato ocorrido na Ucrania são falsas. Não aparece ninguém esse horário para falar do gigantesco poder da Igreja Catolica abafar o caso e o tamanho poder que ela exerce sobre o mundo(só vemos comentarios como "os judeus dominam o mundo"...). Stepinac, infelizmente, para quem lê sobre o genocídio na Ucrânia, sai ileso e ainda ganha o premio. Excelente a postagem.

Roberto disse...

"Após ler todo o texto, facilmente vê que esse ódio religioso faz a pessoas ficar mais cega do que por meios politicos, porque nada mais é do que uma "guerra santa", pois o individuo que esta matando leva o o seu "trabalho" de assassinato como uma dadiva de deus, um trabalho que tem de ser feito a qualquer custo para um bem maior. É o pior de todos, pois a religião segue arraigada no coração, não é a mesma coisa do que apenas a politica, em que se muda de partido."

O indivíduo movido por fanatismo religioso fica desprovido de consciência ou de qualquer compaixão com o próximo, por estar cego pela religião e de achar, como você bem comentou no que você explanou, que está em algum tipo de "missão divina", "a mando de Deus", e por estar "a mando de Deus"(segundo a crença de quem cai nesse tipo de cegueira), então os crimes que comete não se trata de crimes e sim de "desígnios da vontade divina", assim descola-se de qualquer sentimento de culpa(fruto de reflexão) que venha a se alojar na consciência dele depois dos atos. Geralmente quando um cara desses entra numa crise de consciência, depois de algum crime bárbaro, ou assume a culpa toda e quer pagar pelo que fez, ou se mata em seguida.

Roberto disse...

"Vemos isso hoje por exemplo nas Jihad's islamicas, chegando a ponto de se explodir para conseguir um objetivo de matar um inimigo."

No fundo todos esses fanatismos religiosos são parecidos, só muda a forma de alguns extrapolarem, dependendo do contexto histórico, e ideológico de cada um deles. Tenho verdadeira ojeriza a fanatismo religioso(e político também), só que sou democrático, critico(quando é pertinente ou dá) todos por igual.

Por isso que quando chega uma pessoa totalmente cega por religião ou política pro meu lado, é como se fosse um pesadalo ou drama. Se a pessoa soubesse do asco que provoca nem chegava perto, rs.

Acho engraçado quando vinha um "revi" aqui criticar do porquê de não se postar nada sobre a Ustasha(não passa na cabeça do cara de que não havia material pra postar, só isso, rs) como se alguém no blog tivesse algum tipo de "sentimento de proteção" para com esse tipo de grupo fascista fanático religioso só por eventualmente algum membro do blog ser ou ter formação católica. Pelo menos é a impressão que se tem.

Sendo eu de família católica e com um lado protestante, e não sendo patricante de religião(sou batizado na ICAR), e nos últimos tempos ando adquirindo cada vez mais asco e ranço de religião, rs (só não faço campanha contra, rs), critico esse tipo de grupo fanático católico sem o menor problema.

Tem uns malucos, fanáticos católicos, que se calam diante de um fato desse só porque o grupo citado é católico, corporativismo religioso é o cúmulo. O cara anula a humanidade dele, senso de justiça e senso crítico só por um apego desmedido à religião. Maluquice. Mas infelizmente há quem põe religião(e também política) acima da razão e de senso de justiça, deixando o senso crítico de lado ou morto.

Roberto disse...

"Não aparece ninguém esse horário para falar do gigantesco poder da Igreja Catolica abafar o caso e o tamanho poder que ela exerce sobre o mundo(só vemos comentarios como "os judeus dominam o mundo"...). Stepinac, infelizmente, para quem lê sobre o genocídio na Ucrânia, sai ileso e ainda ganha o premio. Excelente a postagem."

Pra mim, esse foi o maior atestado de culpa e de participação do Vaticano em genocídio na Segunda Guerra. Vendo matérias recentes, aparece o atual Papa querendo beatificar Pio XII, dizendo que foi "salvador" de judeus etc e tal, mas taí um genocídio atestado com participação do Vaticano, inclusive na fuga desses criminosos e o cara tem o displante de falar em beatificação de Pio XII, só pode ser escárnio.

Se a Igreja Católica havia chegado ao fundo do poço moral, não sei o que resta agora, cavar o fundo? rs.

Pois ou ela pára de achar que todo mundo é trouxa e que vai deixar isso passar impune, e muda a postura arrogante e prepotente com a qual lida com o mundo, principalmente com esse obscurantismo religioso do brasileiro que se revelou com força nessa última eleição, ou a coisa tende a feder nas próximas décadas(pra ela). Já chega os escândalos com pedofilia do clero, agora um Papa que é politicamente um desastre, que só piora a péssima imagem que essa Igreja tem pelo mundo, apesar da quantidade de fieis, mesmo que boa parte desses que dizem ser católicos, são mais teístas que por costume familiar dizem ter alguma afinidade com a religião embora não se deixem levar pelo obscurantismo e fanatismo religioso dessa Igreja.

Roberto disse...

Tem um "revi" ultracarola(um não, alguns, rs) que se ler isso que eu escrevi é capaz de ter um piti histérico, hahahahaha.

Mas só pra completar a discussão, eu acho que uma parte da Ustasha agia pelo fanatismo mesmo, só que o fanático de fato não costuma sentir 'prazer' com esse negócio de tortura ou sadismo, e sim age como se estivesse "redimindo" essas pessoas(as vítimas) dos pecados "praticados"(ou não, no caso deles bastava ter crescido em outra religião pra ser visto como infiel).

E outros que agiam por puro sadismo e prazer mesmo, tinham plena consciência das atrocidades que cometiam(caso do Pavelic) e as faziam porque acharam brecha de extravasarem toda pervesão que eles acumulavam. Se dá pra fazer uma distinção de fanático, eu faria essa pois em alguns dos casos desses fugitivos, os crimes cometidos foram por sadismo(aproveitaram a brecha histórica pra lançarem toda pervesão deles em cima dos prisioneiros que não tinham como se defender ou revidar a altura) e não só fanatismo religioso. É criminoso o que o Vaticano fez e não prescreve.

É muito poder que essa Igreja tem, pois lendo tudo o que eu postei desse livro(que é bem documentado), dá pra fazer que abafaram feio o escândalo em torno desse genocídio e dos crimes de guerra ocorridos na Croácia durante a Segunda Guerra. Espero que se faça justiça um dia e que o Vaticano seja punido em algum tribunal internacional por cumplicidade política nesses crimes.

Anônimo disse...

E a igreja católica ainda tem a coragem de se posar de santa. Meu Deus!!! Que cinismo e crueldade dela!! Ah... ela também fez vista grossa pros padres alemães e austríacos servis a Hitler... fez vista grossa pros crimes do monsenhor Tiso, ditador da Eslovaquia.
Stepinac é um santo do pau oco.

Daniel Moratori disse...

Geralmente é difícil haver uma crise de consciência nesses casos, pois a religião domina de tal forma a cabeça de pessoa, que a emoção religiosa fala mais alto do que a razão.

Tem uns malucos, fanáticos católicos, que se calam diante de um fato desse só porque o grupo citado é católico, corporativismo religioso é o cúmulo. O cara anula a humanidade dele, senso de justiça e senso crítico só por um apego desmedido à religião.

Isso que eu fico nervoso, quando não há nenhuma resposta ou esse silencio. As pessoas deveriam redigir sua opinião sobre o assunto,não apenas deixar de lado e deixar que o tempo deixe o assunto cair em esquecimento.
Sobre a participação do Pio XII, eu também fico decepcionado com o que a Igreja Católica leva como boas ações as que ele fez.
Sobre a parte da pedofilia, pode-se ver como ela ainda tem forte influencia, já que mesmo as autoridades sabendo dos casos, não podem investigar no seio da Igreja, sendo que com isso a grande maioria dos padres sai ilesos, e ainda temos de ouvir do papa que eles vão rezar para redimir os pecados.Acharia mais facil eles irem para a cadeia.

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