quarta-feira, 24 de junho de 2009

Por que assistir ao filme "Um ato de liberdade"?

Por que assistir ao filme Um ato de liberdade? - por Patrícia Mendonça Jorge

*Sobre filme 'O Holocausto', ler o texto:
Minissérie 'Holocausto' (Gerald Green, 1978). Não existe filme com nome Holocausto

O primeiro motivo é simples: O cinema nos resgata de nossa mesmice, nos tira da alienação da TV, do estresse do trabalho e da vida cotidiana. Mas por uma perspectiva mais intelectualizada temos muitos outros motivos. Vamos conferir?

A ação narrativa do filme remonta ao ano de 1941 e os judeus do leste europeu estão sendo massacrados aos milhares. Para escapar da morte certa, três irmãos se refugiam numa floresta que conhecem bem desde a infância. Ali começa sua desesperada luta contra os nazistas.

O filme é estrelado por Daniel Craig, o novo espião 007 e por e Liev Schreiber, o astro coadjuvante de Wolverine: X-Men Origens, Victor creed. O elenco é de destaque, mas o que realmente conta a favor do filme é verossimidade, já que se trata de uma ficção montada a partir de fatos reais.

O filme apresenta uma temática fundada na luta pela sobrevivência de três irmãos judeus, que fogem da Polônia ocupada por nazistas e se escondem numa floresta na Bielorrússia. Ali se juntam a combatentes da resistência russa e planejam a construção de um vilarejo secreto com o objetivo de proteger a todos.

Baseado em uma extraordinária história real, "Um Ato de Liberdade" é um épico sobre fhonra, luta e salvação durante a II Guerra Mundial. Na desesperada luta contra os nazistas, Daniel Craig, Liev Schreiber e Jamie Bell são os irmãos que transformam instintos primitivos de sobrevivência em algo muito mais extraordinário - uma maneira de vingar a morte de seus entes queridos enquanto salvam centenas de pessoas, algumas conhecidas outra não.

Não bastasse a luta feroz contra os inimigos alemães, os irmãos travam entre si um luta pessoal: Tuvia (Craig) é o relutante líder cujas decisões são desafiadas por seu irmão, Zus (Schreiber), que o vê como um idealista prestes a comprometer irremediavelmente a todos. Asael (Bell) é o caçula, indeciso sobre qual irmão deve seguir. Com a aproximação de um inverno rigoroso, eles trabalham para criar uma comunidade, e manter a fé viva enquanto toda humanidade parece perdida.

A luta contra o inimigo também concorre com a luta contra fome e o frio. Até que ponto o ser humano consegue manter-se humano passando fome, frio e com medo da morte? Nestas condições de desespero é possível manter a integridade física e moral? A ausência da esposa e do esposo contribui para a busca de novos companheiros afetivos, dando-se para isso os termos “a esposa da floresta” e “o esposo da floresta”. A fúria da guerra é perversa: separa as famílias, mas unem desconhecidos em torno de uma causa comum: sobreviver.

O protagonista Tuvia representa para alguns o líder hebreu Moisés, responsável pela libertação dos hebreus do cativeiro egípcio. No enredo de “Um ato de liberdade”, Tuvia é confrontado, a todo momento, por valores éticos e morais: a sobrevivência em vários momentos é contraposta ao sentimento de solidariedade e lealdade. Ajudar os outros pode comprometer o provisão de alimentos.

Complexo de culpa e vingança caminham lado a lado. O herói de Um ato de liberdade não tem apenas acertos e força de vontade. Através de seus erros e acertos ele busca o equilíbrio para garantir o maior número de sobreviventes possíveis.

Para professores e estudantes, vale a pena assistir ao filme e discuti-lo a partir de vários planos: a segunda guerra mundial, o nazismo, o anti-semitismo, a resistência durante o conflito, os relacionamentos interpessoais construídos durante e por causa da guerra, etc.

A linguagem cinematográfica pode ser discutida através de várias perspectivas: a visão de mundo dos judeus, dos anti-semitas, dos colaboradores do nazismo (os “traidores”), dos comunistas, a voz das mulheres durante a guerra, etc. Além disso, valiosa é a seleção das cenas, os ambientes do refúgio, a fuga pelo pântano, etc.

Um ato de liberdade é uma abordagem atual, mas também dramática, como a temática da guerra impõe. Vale a pena assisti-lo pelas amplas possibilidades de discussão sobre as implicações de um estado de guerra. É um filme aberto. Ao expectador, cabe avaliar qual visão de mundo realmente deveria ter prevalecido para evitar uma guerra que, para muitos, foi a mais previsível de todas.

Fonte: O Girassol(crítica)
http://www.ogirassol.com.br/pagina.php?editoria=%C3%9Altimas%20Not%C3%ADcias&idnoticia=7377

Atrás de uma lista de filmes, documentários e séries sobre o Holocausto? Confira em:
Filmografia do Holocausto
http://holocausto-doc.blogspot.com/2009/12/filmes-holocausto-nazismo-fascismo.html

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