quinta-feira, 13 de março de 2008

Diplomata espanhol recebe título por ajudar judeus a escapar do Holocausto

Israel: Diplomata espanhol recebe título por ajudar judeus a escapar do Holocausto

Jerusalém, 12 Mar (Lusa) - O Museu do Holocausto de Jerusalém (Yad Vashem) concedeu a título póstumo o título de "Justo entre as Nações" ao diplomata espanhol Eduardo Propper de Callejón, em reconhecimento pela ajuda que prestou aos judeus que fugiam dos nazis.

Com Propper são quatro os espanhóis distinguidos com esta honra, o mais alto reconhecimento que se dá em Israel aos não nacionais, e que permite solicitar a nacionalidade honorífica israelita também recebida por Oskar Schindler.

Os filhos de Propper, Felipe e Elena, receberam a medalha e o diploma numa emotiva cerimónia realizada no Jardim dos Justos do Yad Vashem.

Com este acto o Museu, máxima autoridade para a memória dos mártires e heróis do Holocausto, considera provado que Proper ajudou um grande número de judeus a escapar para Espanha a partir da França depois da ocupação alemã, em 1940.

Quando as tropas nazis entraram em França e a Embaixada de Espanha em Paris foi fechada, Propper dirigiu-se com a família para Bordéus, onde deparou com o Consulado espanhol encerrado e rodeado de milhares de pessoas que tentavam conseguir um visto para fugir para a península.

"Contra as ordens emanadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol Propper passou uma semana em Bordéus, assinando vistos para todos os que precisavam de fugir e continuou a fazê-lo quando o consulado foi transferido para Vichy", explicou Avner Shalev, director do Yad Vashem.

Nunca se soube o número exacto de vistos concedidos por Propper, uma vez que os arquivos foram destruídos.

A decisão de Proper valeu-lhe um castigo profissional, tendo sido transferido para um cargo muito menos prestigiado em Larache (Marrocos) e nunca chegou a ser nomeado embaixador.

Também Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus, foi reconhecido como um "Justo entre as Nações", por ter salvo milhares de judeus durante as II Guerra Mundial, ao conceder cerca de 30 mil vistos, desobedecendo assim às ordens de Salazar. Forçado a regressar e demitido do cargo viria a morrer na miséria.

Israel distinguiu-o com uma medalha a título póstumo e plantou uma arvore em sua memória na Avenida dos Justos, no Museu do Holocausto em Jerusalém durante uma visita oficial do então ministro dos Negócios Estrangeiros português João de Deus Pinheiro.

Fonte: LUSA(Portugal)
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=332879&visual=26

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